Gênero peca pela imitação, afirma produtor musical
"Fiz sucesso no mundão, mas um dia me tornei gospel singer'. A diferença é que aqui ninguém vai sair quebrando quarto de hotel", diz Gilson Campos, 39, primo de segundo grau da cantora Sandy e ex-membro do Twister, grupo que fez sucesso na virada do século cantando sobre o amor que dava "40 graus de febre".
Ele apresentou o reality show da Rede Gospel, ao lado da pastora roqueira Camila Campos. Ela destaca outras iniciativas da igreja Renascer para se aproximar de quem não frequenta a igreja, como campeonatos de UFC gospel.
"O próprio Jesus fala que escolheu as coisas loucas para confundir as sábias. Se ficarmos numa de só pregar dentro de quatro paredes e achar que as pessoas virão, seria omisso da nossa parte", diz.
Onde houver lucro haverá interesse, afirma o produtor Carlos Eduardo Miranda, que lançou no "mundão" nomes como Skank e Cansei de Ser Sexy e já foi jurado dos mundanos "Ídolos" e "Astros", ambos exibidos pelo SBT.
"A indústria mesmo fala em dinheiro, e para isso ninguém tem preconceito", diz.
O produtor diz que até vê potencial num segmento de onde saem "os piores e melhores cantores".
Mas o pecado, para ele, é o de ser pouco original. "Esse mercado está sempre imitando algo que já existe. Não cria gênero. Prefere adaptar a letra a alguém que já esteja lá", afirma Miranda.
O cancioneiro de louvação poderia ser prestigiado numa "vertente mais light", diz. "Dentro do cristianismo há mensagens bonitas que valem para todos. É uma pena que não exista música para louvar com letras mais abertas."