Para analista, país não merecia selo de bom pagador
O Brasil nunca mereceu receber o grau de investimento, mas o atual cenário de turbulência política e crise econômica não representa tampouco panorama de "terra arrasada".
A avaliação é do economista Paulo Rabello de Castro, diretor-presidente da SR Rating, agência local especializada em medir o risco de emissões feitas por instituições financeiras e empresas.
Para ele, os progressos do país desde 2007 decorreram da alta do preço das commodities, e não de avanços estruturais, e o país não tem ainda uma gestão de dívida nem política fiscal compatíveis com o selo de bom pagador.
Na contramão das grandes agências internacionais, que a partir de 2008 veem o Brasil como grau de investimento, na SR Rating o país tem há nove anos a nota BB+ (risco mediano de inadimplência).
A SR trabalha com diferentes projeções para a dívida pública. No cenário menos favorável, que considera que o país pouco fará para enfrentar problemas como o descasamento entre receitas e despesas, a relação dívida/PIB chega a 97,3% em 2020.
No mais positivo, cai para 59,5%. Para Castro, a perspectiva real está em algum ponto intermediário.