Mauricio Macri
Opositor critica presidente por mudar opinião
Dos pré-candidatos que aparecem com boas chances nas pesquisas, o chefe de governo da cidade de Buenos Aires, Mauricio Macri, é o que faz oposição mais abertamente.
Se eleito, afirma que vai "revisar e corrigir" leis que regem a economia nos últimos anos e eliminar "tudo que não sirva para recuperar a confiança".
Sobre a inflação, também se volta contra Cristina Kirchner: "Voltou a ser um problema por culpa de um governo em que a gastança virou rotina. Para corrigir não há receita mágica: é preciso administrar bem os recursos".
No caso Nisman, ele criticou a mudança de opinião de Cristina. Para ele, "a presidente não ajuda em nada diante desse acontecimento desgraçado, de sua família [de Nisman] e de suas filhas, que estão angustiadas, esperando justiça".
Macri está no fim do segundo mandato. Antes do governo da cidade, presidiu o Boca Juniors por dez anos. Ele é o principal nome da legenda que fundou em 2005, PRO (Propuesta Republicana), que carece de estrutura fora da capital.
Especula-se que, por isso, ele possa se associar à tradicional União Cívica Radical, cujos pré-candidatos não estão bem nas pesquisas.
Dias depois da morte de Nisman, Macri se reuniu com um dos principais dirigentes radicais, Ernesto Sanz, para decidir como a oposição abordaria o caso.
Se ganhar, tentará ser o primeiro não peronista a chegar ao fim de um mandato na Casa Rosada. Os radicais Raúl Alfonsín (1983-1989) e Fernando de la Rúa (1999-2001) renunciaram.
Para isso, pretende fazer "uma convocatória ampla aos partidos, representantes dos trabalhadores, empresários, organizações sociais e governadores".
A cientista política Maria Casullo diz que Macri representa "uma direita autêntica, sem populismos, com capacidade de competir".