Juiz prende quem ousa contestá-lo, diz defesa
Advogados pedem liberdade a executivo
A defesa do ex-diretor da Odebrecht Alexandrino de Alencar entrou com um pedido de liberdade em que ataca o juiz federal Sergio Moro.
Na peça, os advogados dizem que Moro mudou a prisão de Alexandrino de temporária a preventiva depois que o executivo e o grupo "adotaram postura abominada pelas autoridades que conduzem a Lava Jato: defender sua inocência, não colaborar com a acusação e, no caso da empresa, contestar publicamente a legalidade dos atos judiciais".
A prisão temporária dura cinco dias; a preventiva tem prazo indefinido.
Apontado como o elo entre a Odebrecht e políticos, Alexandrino foi preso no último dia 19 por cinco dias, mas teve sua prisão estendida por mais 24 horas e depois por prazo indefinido.
Alexandrino, que fez sete viagens internacionais com Lula, foi citado por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e pelo doleiro Alberto Youssef como o responsável pelo suborno no grupo.
Para os advogados, a prisão não cumpre nenhum dos requisitos da preventiva: ameaçar testemunhas, destruir provas ou risco de fuga.
A defesa, coordenada pela advogada Dora Cavalcanti, diz que a prisão é usada para forçar um acordo de delação premiada, visão contestada pelo juiz e procuradores.
Os advogados dizem que o juiz adotou uma lógica despótica ao criticar o anúncio em que a empresa se defende.
O pedido de liberdade foi apresentado nesta segunda-feira (29) ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que julga os recursos da Justiça Federal do Paraná.