CRÍTICA
'The Song Machine' é prazeroso e grudento como a música pop
Depois de ler "The Song Machine", você nunca mais ouvirá os sucessos no rádio da mesma maneira. O livro disseca os bastidores da indústria musical dos últimos anos e explica métodos usados por produtores como Max Martin, Dr. Luke e Stargate para criarem os estrondosos hits de Katy Perry, Taylor Swift, Britney Spears e Rihanna, entre outras divas do pop.
Os métodos são industriais. Nem sinal da era de ouro dos compositores, quando um geniozinho sentava em seu piano e esperava pela inspiração. O pop atual é uma máquina, "a máquina da canção", como diz o título.
Max Martin, um sueco, discípulo de Denniz Pop (1963-1998), produtor de Backstreet Boys e Britney, tem um exército de técnicos e ajudantes, cada um especializado em uma parte de uma canção.
O livro viaja da Suécia, capital mundial do pop adolescente, à Coreia do Sul, onde Seabrook investiga o fenômeno k-pop, o pop coreano, em que produtores montaram uma estrutura militar de formação de astros, confinando crianças por sete ou oito anos em treinamentos dignos do Bope. Depois, o autor vai aos Estados Unidos aprender com gente como Ester Dean e a dupla norueguesa Stargate os segredos de um sucesso.
O livro conta histórias incríveis: a saga de Britney Spears do "Clube do Mickey" ao hospital psiquiátrico; a de Katy Perry, filha de hippies doidões que viraram fanáticos religiosos; e os trambiques de Lou Pearlman, mentor dos Backstreet Boys e do 'N Sync, entrevistado numa penitenciária. É como uma grande canção pop: curto, prazeroso e fica na memória.
ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e autor de "Pavões Misteriosos" (Três Estrelas)
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