Cartão pré-pago e dinheiro vivo são as opções mais baratas em viagem ao exterior
Para levar dólares ao exterior, as opções mais baratas são dinheiro vivo e cartão pré-pago --modalidades com a menor alíquota de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras): 0,38%.
O cartão de crédito é a alternativa mais cara, com IOF de 6,38% (veja custos detalhados no quadro abaixo).
Jurandir Macedo, consultor de finanças pessoais do Itaú, diz que o dinheiro em espécie e o cartão pré-pago têm ainda a vantagem de o preço do dólar ser definido no momento da compra.
No caso do cartão de crédito, vale a cotação na data do pagamento da fatura.
O dinheiro vivo é importante para os gastos do dia a dia, como refeição e transporte, segundo o educador financeiro Mauro Calil.
O risco de perder as notas, porém, é apontado como desvantagem por Nelson Gasparian, diretor da casa de câmbio Cotação. "Se há perda ou roubo, o turista não consegue reaver o dinheiro", diz.
O cheque-viagem (também chamado de "traveler's check") substitui o dinheiro vivo e pode ser reembolsado em caso de perda ou roubo. Se o turista volta com cheques, porém, pode perder no câmbio na hora de tentar revendê-los.
"O cheque também tem menos aceitação que o dinheiro e o cartão pré-pago nos estabelecimentos comerciais", diz Alexandre Fialho, também diretor da Cotação.
Em alguns países, pode haver cobrança de taxa para aceitação do cheque-viagem.
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O cartão pré-pago e o cartão de crédito podem ser bloqueados em caso de roubo ou perda. Nessa circunstância, um novo cartão com o saldo remanescente será enviado ao cliente.
Vale lembrar que saques feitos no exterior nos cartões também podem ser taxados, em valores em torno de US$ 2,50 ou € 2,50 por operação, dependendo da moeda e do cartão, afirma Gasparian.
Quanto ao cartão de crédito, Ricardo Humberto Rocha, economista da FIA (Fundação Instituto de Administração, entidade privada ligada à USP), diz que o problema vai além do IOF e das taxas.
"O cartão dá um poder de compra que o turista não tem. O débito é mais inteligente, porque ele limita os gastos."
OUTRAS OPÇÕES
Há ainda outras opções para quem precisa se proteger contra a variação do dólar, como fundos cambiais e minicontratos cambiais. Abaixo, conheça os detalhes de cada um.
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Populares no início da década passada, os fundos cambiais renovaram seu apelo com a disparada do dólar, que acumula alta de 18% em 2013.
Essas aplicações tinham acumulado no ano, até o dia 20 (dado mais recente disponível), valorização média de 17,68% brutos (sem descontar imposto), segundo a Anbima (associação das entidades dos mercados). É a maior rentabilidade da indústria de fundos.
Como comparação, neste ano a poupança acumula alta de 4,09%.
Em 2013, os fundos cambiais já captaram R$ 503 milhões. Apesar de ser um nicho pequeno (0,06% do volume dos fundos), o segmento já contabiliza a maior captação líquida (descontados os resgates) desde os R$ 2,47 bilhões apurados em 2005.
Esses fundos aplicam em contratos cambiais da BM&FBovespa, que têm duração de um mês e depois são renovados para outro mês. No passado, compravam títulos públicos indexados ao dólar, que, além da variação cambial, também rendiam juros.
A aplicação é indicada para quem precisa de uma proteção de médio para longo prazo contra a alta do dólar.
É o caso de pessoas que sustentam filhos no exterior, pretendem se mudar ou comprar um imóvel em outro país.
CUSTO ALTO
Como são antigos, a maioria dos fundos oferecidos pelos grandes bancos costuma ter taxa de administração elevada --de 1% a 4%. Por exemplo, quem aplica R$ 100 mil por um ano pagará entre R$ 1.000 e R$ 4.000 ao banco mesmo que o fundo não tenha rendimento nenhum.
Resgates feitos antes de seis meses pagam IR de 22,5% sobre o ganho. Como nas demais aplicações de renda fixa, a alíquota menor (15%) só vale para mais de dois anos.
Se o saque ocorrer antes de um mês, incide IOF (Imposto do Operações Financeiras).
"O fundo não é para quem quer ir à Disney no Dia da Criança. Para essas pessoas, o melhor é comprar dólar aos poucos", diz Carlos Massaru, vice-presidente da Anbima.
"Esses fundos têm um público bem restrito. São pessoas que conhecem o produto. Tanto que houve muito aporte, mas nada proporcional ao que aconteceu no câmbio nos últimos dias", afirma Renato Ramos, diretor de Renda Fixa do HSBC.
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