Inflação na zona do euro cai a 0,3% em agosto e deve preocupar o BCE
A inflação na zona do euro caiu como esperado para nova mínima de cinco anos em agosto, algo que deve preocupar o BCE (Banco Central Europeu), mas não a ponto de forçá-lo a adotar imediatamente uma intervenção de política monetária.
Os preços ao consumidor nos 18 países que usam o euro avançaram apenas 0,3% em agosto na comparação anual, o menor aumento desde outubro de 2009, informou nesta sexta-feira (29) a agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat.
A inflação, que havia caído inesperadamente a 0,4% em julho, está presa no que o presidente do BCE, Mario Draghi, chama de "zona de perigo" abaixo de 1% desde outubro do ano passado.
A situação da inflação é um problema para o BCE no momento em que ele tenta responder à estagnação da recuperação econômica, com novos problemas devido às sanções impostas contra a Rússia em julho devido a seu envolvimento no aprofundamento do conflito na Ucrânia.
"A leitura muito baixa da inflação na zona do euro para agosto reforça a pressão sobre o BCE para considerar mais estímulo monetário além do que já está aí", disse o economista sênior do ING Martin van Vliet.
Qualquer ação imediata na reunião de 4 de setembro do BCE não considerado como provável, embora também não seja visto como impossível, de acordo com fontes do BCE que falaram com a Reuters nesta semana. O banco deve esperar.
Entretanto, investidores e os mercados buscarão mais informações junto a Draghi sobre o que poderá e será feito pelo BCE e governos europeus para avançar com reforças e reanimar o crescimento.
Em dados separados, a Eurostat informou ainda que a taxa de desemprego na zona do euro ficou, como esperado, inalterada em 11,5% pelo segundo mês seguido em julho, deixando 18,4 milhões de pessoas sem empregos.
QUEDA
A confiança econômica na zona do euro caiu para o menor nível em oito meses em agosto, com o impacto da crise da Ucrânia começando a pesar com força, informou a Comissão Europeia na quinta (28).
O índice de confiança econômica para 100,6 pontos, ante 102,1 em julho, segundo números revisados. Analistas consultados pela Reuters esperavam queda para 101,5.
A recuperação econômica no bloco de 18 países que usam o euro estagnou inesperadamente no segundo trimestre e o cenário é ainda pior devido ao efeito negativo da crise comercial com a Rússia.
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