Sequestro de menino no Arizona chega ao terceiro dia sem esclarecimento
Um homem acusado de matar o motorista de um ônibus escolar e levar um menino como refém para um porão fortificado abastecido com alimentos e energia permanece cercado pelo terceiro dia nesta quinta-feira (31) no Alabama, Estados Unidos.
As autoridades evitam comentar a situação na pequena localidade de Midland City, no sudeste do Alabama.
Agentes municipais, estaduais e federais estão acampados perto do refúgio do sequestrador desde terça-feira, quando, segundo a polícia, um homem armado exigiu que um aluno descesse de um ônibus que transportava mais de 20 crianças da escola para suas casas.
O motorista do ônibus, Charles Albert Poland Jr., de 66 anos, se recusou a liberar o menino e levou vários tiros. O assassino fugiu do local com a criança, que está na pré-escola, segundo a polícia.
Nesta quinta, o homem completou dois dias entrincheirado com o menino na sua propriedade rural.
"Os negociadores ainda estão se comunicando com o suspeito", disse o porta-voz do Departamento de Segurança Pública do Alabama, Robyn Bradley Litchfield.
O homicídio seguido de sequestro ocorreu num momento de acalorado debate no país sobre o controle das armas de fogo, especialmente em escolas, depois que um jovem fortemente armado matou 20 crianças e 6 adultos em dezembro numa escola primária de Connecticut.
As autoridades não divulgaram oficialmente os nomes do suposto atirador nem da criança, que eles acreditam estar ilesa.
Um parlamentar do Alabama, o deputado Steve Clouse, disse a jornalistas que o menino sofre da síndrome de Asperger e de deficit de atenção com hiperatividade, mas que pôde continuar recebendo medicação durante o cativeiro. Segundo o "New York Times", ele também recebeu livros para colorir e comida.
"Não temos motivo para acreditar que o menino tenha sido machucado", afirmou Wally Olson, o xerife do condado, ao "Los Angeles Times". O FBI também possui agentes trabalhando no caso.
ALEATÓRIO
Um funcionário da escola disse que o menino parece ter sido escolhido aleatoriamente, mas a polícia não confirmou se o suspeito e o refém se conhecem.
Vizinhos identificaram o homem como sendo Jimmy Lee Dykes, de 65 anos, e disseram que nos últimos dois anos ele foi visto escavando seu quintal e carregando uma espingarda.
Ronda Wilbur, que mora em frente ao suspeito, se referiu a ele como um "homem malvado" e se queixou de que ele havia matado a golpes de cano o cachorro da família de Wilbur, indo depois se gabar com o marido dela.
Dykes foi detido no mês passado por fazer ameaças a outro vizinho, segundo registros judiciais, e deveria ser julgado na quarta-feira.
O vizinho, James Edward Davis, disse à CNN que o caso aconteceu em 10 de dezembro, quando Dykes teria apontado uma arma para ele e sua filha pequena.
Davis disse que Dykes estava irritado por que achava que Davis havia entrado na sua propriedade. Dykes fez dois disparos, e Davis acelerou o carro, segundo seu relato.
O pastor Michael Senn disse que Dykes aparentemente equipou seu bunker com uma TV e mantimentos para duas ou três semanas. "Estamos encorajando todos neste país a se unir e rezar pela segurança, proteção e rápida libertação dessa criança", disse Senn.
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