Republicanos dão apoio a Obama para atacar a Síria
O presidente americano, Barack Obama, recebeu nesta terça-feira um apoio vital à intervenção na Síria após se reunir com o republicano John Boehner, presidente da Câmara dos Representantes.
Boehner anunciou que vai endossar o pedido de Obama e instou seus pares a fazerem o mesmo. Eric Cantor, líder dos republicanos na Câmara, também votará a favor.
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Isso diminui o temor de uma derrota na Casa, dominada pelos republicanos. A proposta deve entrar em votação na segunda-feira.
Na semana passada, quando anunciou que pretendia atacar o regime sírio, Obama ressalvou que preferia, antes, consultar o Congresso. Dias antes, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, sofreu uma derrota ao ver a proposta de agir na Síria rejeitada pelo Parlamento.
Washington acusa Bashar al-Assad de ter ordenado ataque com armas químicas em Damasco no último dia 21. "Temos inimigos pelo mundo que precisam entender que não vamos tolerar esse tipo de comportamento. E temos aliados no mundo e na região que também precisam saber que os EUA estão prontos para enfrentar o que for necessário", disse Boehner.
Ocupado nos últimos dias em galvanizar os legisladores, Obama afirmou que já tem um plano de ataque e repetiu que a ação será limitada e não envolverá tropas terrestres, em um esforço para convencer seus interlocutores de que a entrada na Síria "não é o Iraque nem o Afeganistão" --conflitos cuja participação americana desagradou a população.
Em importante mudança de discurso, Obama disse que o ataque faz parte de uma estratégia mais ampla, que pode levar a "uma transição para trazer paz e estabilidade, não só à Síria, mas a toda a região". Até então, insistia que a intervenção não visava a uma mudança de regime.
Os argumentos a favor da ação foram ecoados na Comissão de Relações Exteriores do Senado, que se reuniu ontem com a presença dos secretários John Kerry (Estado) e Chuck Hagel (Defesa), além do chefe militar dos EUA, general Martin Dempsey.
A Comissão deve votar hoje uma resolução aprovando o "uso da força" contra a Síria por 60 dias, prorrogáveis por mais 30, mas sem o emprego de tropas terrestres.
"Essa é uma decisão que o Congresso enfrenta e é o que o mundo espera saber nos próximos dias", disse Kerry na audiência. "O presidente não está pedindo para irmos à guerra (...). Está pedindo autorização para diminuir e impedir a capacidade de Assad de usar armas químicas."
ONU
A ONU, cujo papel foi minimizado por Kerry nos últimos dias, manifestou desagrado ao plano dos EUA.
O secretário-geral, Ban Ki-moon, lembrou ontem que o uso da força é legal apenas com autorização do Conselho de Segurança ou demonstração de autodefesa. "Temos de considerar o impacto de qualquer medida punitiva sobre os esforços de evitar futuros derramamentos de sangue [na Síria]", afirmou Ban.
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