Atribuir queda de avião a terroristas é 'propaganda', diz presidente do Egito
O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, classificou de "propaganda" as alegações de que a milícia radical Estado Islâmico (EI) teria derrubado o avião russo da companhia Kogalymavia na península do Sinai.
Ele concedeu à BBC uma entrevista a respeito do caso, divulgada nesta terça (3). O presidente disse que ainda é muito cedo para determinar a causa da queda.
Na segunda-feira, a companhia aérea afirmou que a queda de seu Airbus A321 havia se dado por "influência externa".
"Todos aqueles interessados na questão são bem-vindos para participar das investigações", declarou Sisi. "Quando há a propaganda de que o avião caiu por causa do EI, essa é uma forma de causa danos à estabilidade e à segurança do Egito e à imagem do Egito. Acredite em mim, a situação no Sinai —especialmente nessa área [onde a queda ocorreu]— está sob total controle", acrescentou.
A aeronave, operada pela Kogalymavia (conhecida como Metrojet) levava turistas da cidade de Sharm el-Sheikh, próxima ao mar Vermelho, para São Petersburgo, quando caiu em uma área montanhosa da península de Sinai, ao sul da cidade de Alarixe.
Todas as 224 pessoas a bordo morreram, a maioria russos voltando das férias.
O avião decolou às 5h51 no horário do Cairo (1h51 no horário de Brasília), com boa condição climática, e sumiu dos radares após 23 minutos, quando voava a 9.400 metros de altura.
No domingo (1º), foi revelado que o Airbus A321 despedaçou-se durante o voo, em elevada altitude, espalhando destroços sobre uma região de cerca de 20 quilômetros quadrados.
O diretor de inteligência nacional dos EUA, James Clapper, disse que 'não há qualquer evidência de qualquer envolvimento terrorista ainda" no caso e, embora improvável, "eu não descartaria".
O governo russo enviou ao Egito cerca de cem especialistas em situações de emergência e em aviação para análise do local do acidente. Também a França e a Alemanha colaboram com autoridades egípcias nas investigações.
Por motivo de segurança, as companhias europeias Air France e Lufthansa desviaram temporariamente todos os voos que sobrevoam a península do Sinai. Apenas as aeronaves que vão para cidades da região deverão passar por lá.
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