Ataques reivindicados pelo EI deixam 78 mortos em bastiões do regime sírio
Uma série de ataques reivindicados pela milícia terrorista Estado Islâmico nesta segunda-feira (23) deixou pelo menos 78 mortos em Tartus e Jableh, na Síria. As duas cidades são redutos do regime do ditador Bashar al-Assad.
Esta é a primeira vez que a região, próxima ao mar Mediterrâneo, passa por atentados desta magnitude desde o início da guerra civil, em 2011. A maioria da população das cidades é alauita, vertente islâmica à qual pertence o ditador.
Sana/AFP | ||
Foto da agência de notícias estatal Sana mostra carro incendiado em atentado em Tartus, na Síria |
Segundo a agência de notícias estatal Sana, a primeira ação foram em um terminal de ônibus e um posto de gasolina de Tartus. Um suicida se explodiu e, na sequência, um carro-bomba foi detonado, matando mais de 20 pessoas.
Em Jableh, informou a agência, os extremistas dispararam três foguetes e usaram homem-bomba para atingir quatro prédios, incluindo um hospital. Os ataques provocaram a morte de 48 pessoas.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, grupo opositor sediado em Londres, afirma que 145 pessoas foram mortas nas ações. As informações não podem ser confirmadas de forma independente devido às restrições na Síria.
As ações foram reivindicadas pelo Estado Islâmico por meio de nota na agência de notícias Amaq, vinculada à facção terrorista. No comunicado, os extremistas dizem terem agido em vingança ao regime de Assad.
Em entrevista ao canal Ikhbariya, o ministro da Informação sírio, Omram al-Zoubi, disse que os terroristas recorrem a ataques a bomba contra civis em vez de confrontar o Exército, e defendeu a continuidade dos combates.
As províncias de Tartus e Latakia, onde fica Jableh, abrigam também bases militares da Rússia. Os militares do país participam desde o ano passado de operações com as autoridades sírias contra os extremistas islâmicos.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que os atentados mostram a necessidade de passos contínuos e firmes para continuar as negociações em torno de um cessar-fogo entre o Exército sírio e rebeldes moderados.
Os atentados acontecem no momento em que o Estado Islâmico está perdendo seus domínios na Síria e no Iraque em virtude das operações militares lançadas tanto pelo regime sírio e a Rússia quanto pela coalizão liderada pelos EUA.
Com isso, aumentou o número de atentados terroristas reivindicados pela milícia terrorista em cidades dos dois países. O último deles, na última terça (17), deixou 69 mortos em bairros de Bagdá.
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