Conhecido como Denis Cisma, é diretor de filmes premiado em Cannes e Clio Awards. É um entusiasta do universo automotivo.
O supercarro da Jaguar
O JAGUAR XK120 foi o carro de produção mais rápido do mundo.
O nome do modelo vem de sua velocidade final: 120 mph, cerca de 193 km/h. Não chega a ser muito hoje em dia, mas, em 1948, quando foi lançado, aquela era uma marca inacreditável.
Naquele ano, a Europa começava a se recuperar dos estragos da Segunda Guerra Mundial. Alguns fabricantes de automóveis mostravam otimismo apostando em modelos esportivos.
Enquanto a Jaguar lançava seu XK120, a Porsche começava a existir com o 356 e a Ferrari lançava seu primeiro carro de rua, o 125S.
A carroceria dos primeiros XK120 era feita a mão em alumínio, passando em 1950 à estamparia em aço com produção em série. Portas, capô e tampa do porta-malas foram mantidos em alumínio, para aliviar peso.
O motor do XK era muito avançado para época: um 3,4 litros de seis cilindros em linha, com cabeçote em alumínio, câmara de combustão hemisférica, duplo comando de válvulas e dois carburadores SU laterais. As versões mais apimentadas chegavam a gerar 212 cv.
Denis Cisma/Folhapress | ||
O Jaguar XK120 1954 de Nassin Kalili foi o carro de produção mais rápido do mundo. O nome do modelo vem da sua velocidade final, 120 mph (193 km/h) |
Não foi à toa que esses motores foram responsáveis por vitórias da Jaguar em Le Mans (França), Silverstone (Inglaterra) e Mille Miglia (Itália), entre outras corridas históricas.
Nassin Kalili, 74, tem um carro fantástico desses, ano 1952. Ele conta que é o quarto dono já há mais de 20 anos. O seu veio para solo tupiniquim 0km, trocado por um carregamento de laranjas.
Passou para um dono que, no meio de um divórcio, desmontou o carro inteiro e escondeu as peças para que a mulher não ficasse com ele. Depois passou para as mãos de Kalili, que o pintou e o remontou.
Ele tem orgulho em dizer que, nesse carro, só há peças que sempre foram originalmente dele.
Durante a nossa conversa, ouvir o ronco do Jaguar XK120 foi um pouco como ouvir o Bugatti Veyron em Frankfurt, alguns anos atrás.
Emoção que nunca diminui.
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