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Trajetória dos carros chineses no país pode estar apenas começando
Lá se vão dez anos desde que o primeiro carro chinês aportou no Brasil. Em outubro de 2006, vans e picapes da Chana -hoje Changan- eram exibidas no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo. Geraram piadas pelo nome (escolhido para chamar a atenção) e tiveram vendas razoáveis.
Outras marcas vieram desde então, e esperava-se que estivessem em melhor situação agora. Em 2011, o impacto das restrições aos importados tirou as empresas dos eixos, apressando processos de nacionalização até de quem não tinha volume ou produto para tanto. Dois anos depois disso, o mercado entrou em forte recessão.
Alguns ficaram pelo caminho e promessas não se realizaram, como a estreia das marcas Great Wall, Brilliance, Shuanghuan e Haima.
Com início promissor, a JAC vendeu quase 23 mil unidades em 2011 (quatro vezes mais que em 2015) e anunciou fábrica na Bahia. Seria possível produzir 100 mil carros por ano, com geração de 3.500 empregos diretos. Hoje, espera-se pelo início de uma linha de montagem modesta, com partes vindas da China.
Divulgação | ||
Modelo J2 com motor flex, da montadora JAC |
Quem começou a produzir efetivamente foi a Chery, em 2014. Registra vendas pífias desde então: os 21,7 mil modelos vendidos em 2011, todos importados, são um assombro perto das 5.300 unidades comercializadas no ano passado.
Será o fim dos chineses no Brasil? Acredito que não. Alguns fatos mostram que a história ainda começa a ser contada.
Os carros melhoram muito com o tempo e a experiência. Os compactos Chery Celer e JAC J3 estão no mesmo nível dos populares de marcas tradicionais. Ainda falta melhorar os modelos mais caros, mas o que existe hoje no mercado já permite competir em preço.
A Lifan tem obtido bons resultados com seu utilitário X60. Outra que busca espaço no Brasil é a BYD, apostando alto em ônibus e carros de passeio movidos a eletricidade.
Com a aguardada retomada do mercado e incentivos a veículos elétricos (os chineses são mesmo bons nisso), há chances de as piadas do passado darem espaço a mais presença nas ruas.
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