Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.
A lista de Dunga
Everton Ribeiro e Ricardo Goulart brilharam no Brasil nos dois últimos anos, mas Goulart na China, e Everton nos Emirados Árabes, estão sem ritmo de competição, segundo Dunga, que se limitou a convocar Diego Tardelli no paraíso chinês, porque o centroavante, ao menos, já vinha como titular da seleção.
Coisa que, muito provavelmente, Everton e Goulart jamais serão.
Mas por quê?
Porque o primeiro completará 26 anos nos próximos dias, e Goulart fará 24. Se nem quando essa dupla de paulistas conduziu o Cruzeiro ao bicampeonato nacional a titularidade na seleção foi alcançada, que dirá daqui para frente?
Não descarte a possibilidade de que ambos ponderaram sobre isso ao optar por nem ficar por aqui, mas no Oriente. A independência financeira falou mais alto e, diante do imponderável que caracteriza a carreira do jogador de futebol, quem haverá de criticá-los?
A situação de Tardelli, também paulista, é diferente. Em vias de completar 30 anos, é suficientemente maduro não só para dar a cartada final como para se conservar inteiro com a Copa do Mundo de 2018 como objetivo final.
De resto, a lista de Dunga é correta, sem omissões, como o Brasil espera que seja a de Janot.
A do técnico não surpreendeu, como não comoveu nem mesmo os torcedores tricolores do Grêmio e do São Paulo ou os alvinegros do Botafogo, do Corinthians e do Santos, com as convocações do gaúcho Marcelo Grohe, do carioca Souza, e dos também paulistas Jefferson, Elias e Robinho, os cinco que jogam no patropi.
Dos 23 chamados, só mesmo Neymar é fora de série, embora Philippe Coutinho esteja encantando a cidade dos Beatles.
Contra a França, em Paris, no próximo dia 26, e contra o Chile, em Londres, no dia 29, o time de Dunga terá dois belos desafios pela frente contra os algozes europeus das Copas de 1986, 1998 e 2006, e contra os andinos –que teriam salvado o futebol brasileiro do vexaminoso 7 a 1 caso o travessão do Mineirão, no derradeiro minuto da prorrogação, não tivesse evitado a preferível queda nas oitavas de final da Copa passada. Jamais perdoaremos Mauricio Pinilla que até tatuou o lance nas costas, porque bola na trave não altera o placar: "Um centímetro para a glória", mandou escrever, em inglês, abaixo da imagem.
Ora, Pinilla...
MAJESTOSINHO
Hoje tem São Paulo x Corinthians no Morumbi.
Seria sensacional se não fosse pelo Paulistinha e antes do jogo da volta pela Libertadores, no mesmo palco, no dia 22 de abril, aquele que, de fato, interessa.
Mas não sejamos tão mal-humorados. O clássico que atualmente supera a rivalidade do Dérbi sempre tem graça e gera consequências.
Será uma ótima oportunidade para o Tricolor quebrar a invencibilidade de 12 jogos do Alvinegro e para ganhar a força que busca desde o começo da temporada.
A maior vantagem são-paulina está na semana inteira que teve para se preparar, enquanto o adversário se desgastou na valiosa vitória no Nuevo Gasómetro.
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