Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.
Hoje tem bom futebol
TOMARA QUE com Lucas Lima, o Santos completo e o Audax idem têm tudo para fazer um jogo ainda melhor do que o de Osasco, porque o gramado da Vila Belmiro é um gramado, ao contrário do que há no estádio José Liberatti.
Os donos da casa são favoritos, mas que se cuidem, porque ao defender uma invencibilidade de 27 jogos correm o risco de chegar ao 28º com os visitantes campeões numa eventual decisão nos pênaltis.
A única certeza, se é que se possa ter alguma quando se trata dessa coisa louca chamada futebol, é a de que teremos bom futebol, diferentemente das demais decisões estaduais pelo país afora, nenhuma delas com dois times capazes de jogar como jogam os dois paulistas.
O nível anda tão baixo que dos quatro brasileiros que chegaram às oitavas de final da Libertadores sobraram apenas dois que, para piorar, se matarão nas quartas.
São Paulo e Galo devem fazer dois jogos vibrantes, provavelmente sem a mesma beleza técnica de Santos e Audax.
Santos que terá de ganhar seu 22º título estadual porque o Brasileirão já parece impossível, sem seus três principais jogadores –Lucas Limas, Ricardo Oliveira e Gabigol– em eventuais nove rodadas do campeonato graças à seleção brasileira e à subserviência de seu presidente, Modesto Roma Júnior, que reclama da boca para fora, mas vota até no coronel Nunes.
Os Mosqueteiros corintianos e gremistas disseram adeus melancolicamente à Libertadores.
Os verdes alvinegros em casa, diante de um Nacional apenas maduro. Os tricolores gaúchos goleados pelo Rosario Central, sem verem a bola.
Restaram os tricolores paulistas e os alvinegros mineiros.
Os primeiros perderam do Toluca na altitude e mesmo assim já foram mais longe do que se esperava. Se passarem pelo Galo, só o céu será o limite e o tetracampeonato estará na esquina.
O Galo precisou do sangue quente do argentino Lucas Pratto contra o Racing num embate em que parecia repetir a fragilidade corintiana.
Que se prepare para enfrentar um Morumbi incandescente e um time que passou a acreditar naquilo que ninguém acreditava.
Para tanto, só se for imprudente decidirá hoje o desimportante Campeonato Mineiro com seu time titular contra o América, bobagem que fez no domingo passado e mesmo assim saiu derrotado.
O bicampeonato da Libertadores é muito mais relevante que o 44º título mineiro. Aliás, uma vaga na semifinal do torneio continental é mais importante que o título estadual. O futebol brasileiro está assim, rasteiro, quase abaixo do nível do mar.
Tudo porque há quem abaixe a cabeça como o presidente do Santos, mas também devido aos cartolas, como o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, crítico de tudo até receber convite da CBF para a decorativa figura de chefe da delegação na Copa América.
Ele e Rogério Ceni, que aceitou ir como "auxiliar pontual", asneira marqueteira da medíocre dupla Dunga$Gilmar Rinaldi.
Só um presidente de clube recusou o convite: Luiz Gonzaga Belluzzo, do Palmeiras, em 2009.
O penúltimo chefe da delegação foi João Agripino da Costa Dória Jr., o dos Panama Papers, candidato a prefeito paulistano.
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