Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.
Gabriéis e gramado fazem Brasil avançar no futebol masculino
HAVIA 205 minutos que a seleçãozinha não fazia um gol.
Quando Douglas Santos cruzou para o santista Gabriel e ele abriu o marcador na Fonte Nova lotada, em Salvador, a salvação mostrou seu rosto.
Rosto generoso que permitiu ao outro Gabriel, o Jesus palmeirense, descarregar todos os azares do mundo na cidade mais apropriada do país para tanto: 15 minutos depois de Gabigol, o menino que vinha de perder chances incríveis contra a África do Sul e o Iraque, além de mais duas também contra a Dinamarca, fez 2 a 0.
O time já havia mudado de comportamento a partir do momento em que se viu na frente e passou a trocar passes sem ansiedade, dono do jogo em que a Dinamarca não incomodava, não via a bola (esteve com ela apenas 32% do primeiro tempo) e em que o goleiro Weverton poderia ser um cone que daria no mesmo.
Depois que fez 2 a 0 então, os canarinhos chegaram a ficar com a bola por quase três minutos até Luan chutá-la mal e o árbitro apitar o fim dos 45 minutos iniciais.
Luan, por sinal, tem tudo a ver com o melhor desempenho do time, assim como seu companheiro de Grêmio, o volante Wallace, pois ambos se movimentaram muito mais e apareceram como opção pelos dois lados do campo, coisa que Thiago Maia fez pouco e que Felipe Anderson não fez nunca nos jogos anteriores.
A expectativa para a segunda metade do jogo era de goleada é show, como as mulheres andaram fazendo.
Não demorou muito para Neymar dar um passe espetacular que Douglas Santos pôs nos pés de Luan para o terceiro gol.
Gabigol ainda fez mais um,o do 4 a 0.
O time que não fazia gols passou a ser o time que não toma gols...
A seleção olímpica apenas cumpria com a sua obrigação, mas, justiça seja feita, cumpria com graça e dava prazer de ver.
Também porque jogava no gramado da Fonte Nova e não no areião do Mané Garrincha, o que, acredite a rara leitora e o raro leitor, faz uma baita diferença. Ainda mais quando o piso ruim ajuda times toscos como os dos iraquianos e africanos do sul.
Agora é que começarão as verdadeiras dificuldades, em regime de mata-mata, perdeu dançou.
A próxima parada será contra a Colômbia, parada duríssima, na Arena Corinthians, no próximo sábado (14), às 22h.
Não desdenhe, não pergunte quem é a Colômbia no futebol mundial não só porque parece que a pergunta não cabe mais hoje em dia como a resposta, no caso, é simples: é o país do Atlético Nacional, campeão da Libertadores da América de 2016.
E, no ranking da Fifa, que tem o Brasil em nono lugar, a Colômbia aparece em terceiro, atrás apenas da Argentina e da Bélgica, uma posição acima da...ah...Alemanha.
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