Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.
Corinthians e Ponte voltam a decidir título que valeu muito para o Timão
No Rio, o Fla-Flu nasceu "40 minutos antes do nada", segundo Nelson Rodrigues.
Em São Paulo, esta decisão entre Corinthians e Ponte Preta nasce "40 anos depois do tudo".
Porque foi em 1977 que o Corinthians saiu de quase 23 anos de jejum e recomeçou sua trajetória de clube vencedor.
Até 1954, início do período de seca, quando venceu seu último Campeonato Paulista, o Corinthians era o maior campeão estadual de São Paulo, com 15 títulos.
Em 1966 o Palmeiras chegou à 15ª conquista, superou o rival em 1972 e disparou em 1974 e 1976 ao somar 18 taças, marca que o Alvinegro só atingiu em 1982 e superou no ano seguinte, para aumentar a vantagem ao ser campeão também em 1988, a 20ª conquista e para confirmar de vez o título de "Campeão dos Centenários" —em 1922 pelo centenário da Independência, em 1954 do 4º Centenário de São Paulo e em 1988 o da Abolição da Escravatura.
Em 1993/94 o Verdão voltou a empatar, o Timão reagiu em 1995, o Alviverde empatou em 1996, ficou atrás no ano seguinte e não mais chegou perto porque o adversário acumulou novos títulos em 1997/99, 2001/3/9/13, com apenas uma conquista palmeirense em 2008, para estabelecer o placar atual de 27 taças corintianas contra 22 palmeirenses, como as santistas.
Só que a partir de 2000, o Campeonato Paulista virou Paulistinha.
Quer dizer, na batata, o Corinthians ganhou o campeonato, quando era mesmo importante, 23 vezes, no século passado.
O eventual 28º título, se vier contra a Ponte Preta, não significará nada para enriquecer a sala de troféus do clube que tem duas taças Mundiais da Fifa.
Só a Ponte pode fazer deste Paulistinha de 2017 algo maior depois de eliminar Santos e Palmeiras.
Porque é o clube de Série A mais antigo do país, fundado em 11 de agosto de 1900, 22 dias depois da fundação do Sport Club Rio Grande, hoje na terceira divisão gaúcha.
Exceção feita a corintianos e bugrinos, o país torcerá pela Macaca.
É possível até que haja entre os torcedores do Guarani, também jamais campeão estadual, mas campeão brasileiro de 1978, quem deixe prevalecer o sentimento de cidadão de Campinas.
E, com certeza, a coluna garante que ao menos um corintiano, pela primeira vez em 67 anos de vida, ficará feliz se seu time não for campeão.
Porque, como queria ver, e viu, a inédita medalha de ouro olímpica de nosso futebol, tem certeza de que será mais justo e mais merecido, embora imagine que, sem tristeza, verá o quinto Paulistinha corintiano.
ITAQUERA INCANDESCENTE
Arena lotada e sem sofrer, mais um gol de Jô, graças à correção de Rodrigo Caio, o Corinthians empatou em 1 a 1 com o São Paulo e está na finalíssima porque tem uma defesa sólida e ataque quase de riso.
Mais uma vez não soube, como contra o Inter, segurar a vitória, menos por culpa de sua defesa, mas porque o ataque não colabora.
O Tricolor caiu em pé outra vez. Claro que é pouco.
Já para o Alvinegro estar numa final é demais.
NÃO PRECISA
Neymar agora faz propaganda de cerveja.
De mais grana, não precisa. De um bom assessor, precisa.
Livraria da Folha
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