Manuel da Costa Pinto

Jornalista, mestre em teoria literária e literatura comparada pela USP

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Manuel da Costa Pinto

Minissérie 'The Americans' ganha relevância após eleição de Trump

A ótima minissérie "The Americans" ganhou, após a ascensão de Trump, motivo a mais para ser vista. Ambientada na era Reagan -canastrão cujo histrionismo também catalisou o ressentimento ianque, nos anos 1980-, tem como protagonista um típico casal de classe média norte-americana. Acontece que eles são agentes da KGB (serviço secreto soviético) que desde jovens se radicaram no país e infernizam o FBI enquanto preservam sua verdadeira identidade até dos próprios filhos adolescentes. Inverossímil e viciante subproduto de uma guerra fria que agora ameaça voltar como farsa.

The Americans. Direção: Joe Weisberg. Elenco: Keri Russell, Matthew Rhys, Noah Emmerich. Produtora: FX (2013-2016). No Netflix (três temporadas).

+ LIVRO

O vício da submissão

Esse opúsculo sobre o vício humano de submeter-se ao jugo dos tiranos ou ao jogo da bajulação dos poderosos foi escrito no século 16 pelo humanista La Boétie. Como todo clássico, a cada época ganha atualidade -se prestando hoje para meditar sobre a identificação com populismos à esquerda e à direita.

Discurso da Servidão Voluntária. Autor: Étienne de La Boétie. Tradução: Gabriel Perissé. Editora: Nós (2016, 80 págs., R$ 20).

+ DISCO

Sensibilidade conservadora

O duo formado pelo flautista Rubens Küffer e pelo violonista Max Riccio extrai seu nome do período Biedermeier (século 19), que inoculou a conservadora sensibilidade pequeno burguesa no nascente romantismo. Este disco traz obras de compositores hoje pouco conhecidos (à exceção de Mendelssohn), de interesse mais histórico do que estético. São peças pacatas de entretenimento doméstico, com instrumentos de época como a guitarra romântica, o flageolet e o csakan (variantes da flauta doce).

The Biedermeiers. Artistas: Max Riccio e Rubens Küffer. Gravadora: A Casa/Tratore (2016, R$ 30)

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