Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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Divisão de verba das prefeituras regionais em SP é desigual
Almeida Rocha/Folhapress |
A divisão de recursos entre as prefeituras regionais em São Paulo apresenta um desequilíbrio –alguns bairros mais carentes recebem menos verba que outros, com mais estrutura, segundo especialistas em gestão pública.
A atual distribuição reproduz a desigualdade na capital, segundo Fernando Burgos, professor da FGV-SP.
"Um morador do M'Boi Mirim, uma das regiões mais pobres, tem metade dos recursos de um de Pinheiros."
Em 2017, até maio, o orçamento empenhado na prefeitura regional da Sé, no centro, foi quatro vezes maior que em Sapopemba, área periférica na zona leste –assimetria já presente em 2015 e 2016.
Um relatório interno da prefeitura, elaborado no fim de 2016 e obtido via Lei de Acesso à Informação, aponta que seria preciso um diagnóstico mais profundo das demandas de cada região para definir a divisão adequada.
O estudo, porém, destaca desequilíbrios regionais, como na zona norte, onde quase todas prefeituras regionais ficam abaixo da verba média.
Outro problema é a concentração de recursos na própria Secretaria Municipal de Prefeituras Regionais, que, neste ano, empenhou o valor de R$ 168,4 milhões –o equivalente à soma das 14 regiões com menos recursos.
Orçamento - Divisão de 2017, em R$ milhões*
"A natureza das prefeituras regionais é descentralizar a gestão. Se os recursos são concentrados na administração, há alguma incongruência", afirma William Nozaki, professor da FESPSP.
Um novo estudo sobre o tema, com "melhor embasamento" que o feito na gestão passada, está em fase final, afirma a secretaria, em nota.
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Salários caíram para o mesmo nível de 2012, diz consultoria
A remuneração nas empresas recuou para os mesmos patamares observados em 2011 e 2012, segundo as consultorias Hays e RH Plus.
A queda considera tanto a redução do ganho com renda variável, atrelada a resultados e naturalmente menor em momentos de recessão, quanto com o da renda fixa, diz Caroline Cadorin, diretora da Hays.
"Muitas companhias fizeram desligamentos e passaram a ter tanto funcionários com salários menores e escopo de atuação maior como menos profissionais em cargos mais elevados na hierarquia."
Das 300 empresas entrevistadas que atuam no Brasil, 60% dizem que foi necessário cortar vagas de trabalho em 2016. O número é maior que o observado na pesquisa do ano passado, de 52%.
Um número significativo de companhias, no entanto, aceitou pagar mais do que o esperado por profissionais de outras empresas. Foram 33% neste ano, contra 27% no levantamento anterior.
No alvo do RH - Cargos que deverão ter vagas abertas, segundo empresários
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Varejo têxtil cresce 4,7% no 1º tri, mas setor descarta euforia
Nem a alta do volume vendido pelo varejo têxtil no primeiro trimestre o– que havia ocorrido pela última vez em 2013 –melhorou as expectativas do setor para este ano.
Na comparação com o mesmo período de 2016, as vendas de janeiro a março subiram 4,7% em número de peças e 7,6% em receita, diz Fernando Pimentel, presidente da Abit (associação que representa a indústria).
"Alguns consumidores ganharam confiança, sentiram que poderiam comprar mais porque o risco de desemprego parecia ter diminuído, mas o cenário mudou um pouco com a nova crise política."
A associação aguardará até o fim de junho para avaliar se reduzirá a projeção de aumento do volume neste ano, estimado em 2%, afirma.
A estimativa da consultoria Iemi, responsável pelos estudos da Abvtex (que representa as grandes varejistas), é de uma alta de 3,4% no volume de vendas neste ano.
"Com uma melhora da economia, a tendência é que pessoas de menor renda consumam um pouco mais", diz o diretor Marcelo Prado.
"O varejo de vestuário não caiu tanto quanto os setores mais dependentes de crédito, mas também não terá uma retomada muito acelerada."
Pano para manga - Venda de vestuário, meias e acessórios no Brasil
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Corte argentino, mercado americano
A Corrientes 348, rede de restaurantes de carne de Jair Coser, um dos ex-sócios da Fogo de Chão, investirá cerca de US$ 35 milhões (R$ 114 milhões) em unidades nos Estados Unidos.
O primeiro estabelecimento vai funcionar na cidade de Austin, no Texas, e deve abrir as portas ainda neste mês. A meta é ter cerca de 12 pontos no país, diz.
O restaurante de cortes argentinos foi o primeiro investimento no setor de Coser após ele vender sua participação da Fogo de Chão ao GP Investimentos por cerca de US$ 300 milhões.
A experiência que Coser acumulou na expansão da antiga rede no país será usada agora: cortes considerados mais exóticos, como rins, não vão constar no cardápio dos americanos.
"Tivemos que tirar coração de galinha de circulação ao notarmos que havia clientes que berravam assustados quando o garçom chegava para servir", conta.
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São as unidades da rede
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A onda... O índice da Fecap, de expectativa do comércio, foi influenciado pela crise política disparada com a divulgação da delação da JBS.
...bateu Dados apurados após o 17 de maio foram 3% menores que no mesmo mês de 2016. O impacto deve diminuir, segundo a instituição.
Negócio da terra A Arysta, que vende produtos químicos para o campo, comprou a operação de uma empresa sul-africana que faz agrodefensivos biológicos.
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com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
Livraria da Folha
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