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O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.
Jornais financeiros avisam mercado contra o 'otimismo' com o Brasil
Em editorial na edição desta segunda-feira, o "Financial Times" afirma já no título, com foto de Michel Temer, que "São necessárias mãos políticas limpas para reformar o Brasil".
Segundo o jornal, "ninguém jamais acreditou que Temer fosse santo", mas agora, apesar das "provas inconclusivas", ele perde apoio no Congresso —e a capacidade de fazer as reformas.
Ainda assim, os investidores não desistem: "O cálculo de investimento é que quem quer que entre no lugar 'não tem alternativa' a não ser continuar com as reformas. Quanto mais cedo ele se for, melhor".
Mas esse cálculo "pode ser otimista", avisa o "FT", sublinhando que "aumentou a chance de um segundo mergulho na recessão".
O diário financeiro francês "Les Echos" faz avaliação parecida, dizendo que "as reformas podem pagar o preço" por essa "verdadeira bagunça, repetida ao longo de décadas, patrocinada por uma classe dirigente que acredita ter licença para tudo".
Os novos acontecimentos "não estimulam ninguém ao otimismo".
O QUE FAZER?
O semanário "Barron's", ligado ao "Wall Street Journal", cruzou o fim de semana reescrevendo on-line uma análise sobre aplicações no Brasil, com avaliações novas e divergentes de JP Morgan, Wells Fargo e outros. Sem oferecer conclusão, manteve como título a pergunta "Comprar ou vender o Brasil no furacão da corrupção? ".
JOGAR FORA
Ouvindo acadêmicos americanos sobre o Brasil, o "New York Times" de domingo enfatizou que "situações similares se provaram oportunidade para populistas que prometem jogar todo o sistema fora e recomeçar", citando a Itália de Silvio Berlusconi. No título, "Como o combate à corrupção pode pôr em risco a estabilidade política".
'OUTSIDER'
Em editorial, o indiano "Hindu" vai pela mesma linha de "NYT" e "FT", avisando para o perigo de um "populista de fora do sistema político" assumir o poder no Brasil.
Reprodução | ||
PROTESTO LÁ
"Le Monde", na imagem acima, e outros cobriram extensivamente as manifestações de sábado em "duas dezenas" de cidades francesas, em defesa de um recife de coral recém-descoberto na foz do Amazonas —e ameaçado pelas petroleiras Total, francesa, e BP, britânica.
RACHA OCIDENTAL
Foi o destaque imediato para "FT" e alemães como "Sueddeutsche" e "Die Welt", mas "NYT" e "Washington Post" demoraram para subir à manchete a notícia do dia para todo o Ocidente. No enunciado sucinto do primeiro:
— Europa não pode mais confiar nos EUA, diz Merkel.
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