Por quê?
Economês em bom português
Especialistas do Porque.com.br traduzem aqui, para o bom português, o economês do seu dia a dia, mostrando que economia pode ser simples e divertida. Escreve às terças.
Se tudo der certo, feliz 2018!
Ricardo Bastos /Fotoarena/Folhapress | ||
Queima de fotos no Réveillon na Paulista |
Aparentemente, não teremos um feliz 2017. Há muito erro para ser corrigido em pouco tempo, além da indefectível incerteza política. Mas gostaríamos de desejar a vocês –se tudo der certo– um feliz 2018, com crescimento acima de 2%, inflação abaixo de 5% e desemprego começando a cair.
Se tudo der certo...
Em 2016, a mudança de governo trouxe um benefício na economia: o abandono completo das políticas vigentes no período 2008/2014, que levaram o país à sua mais grave recessão, acompanhada por alta inflacionária.
Que seja próspera e perene a volta da racionalidade econômica. A esperança que tiramos dessa história de fracasso é que ela tenha gerado alguma conscientização sobre coisas que não funcionam em economia– como voluntarismos na queda da taxa de juros, intervenções maciças no mercado de crédito, ingerência microeconômica (Petrobras e alhures), política fiscal segundo a qual nem o céu é o limite, etc e tal.
A aprovação da PEC 241 (ou 55, como queiram) foi um golaço de 2016 –Tite foi outro. Agora virá a batalha mais dura, a da reforma da Previdência, crucial para viabilizar a PEC 241 e para reanimar os adormecidos espíritos animais dos nossos empresários.
Não se trata de maldade, mas de realismo: o país precisa caber no bolso e começar a desmantelar privilégios acumulados durante mais de cinco séculos.
Há melhorias expressivas em tudo o que é cantinho da política econômica. No Banco Central, a credibilidade vai sendo resgatada e o arcabouço institucional aprimorado. Na Petrobras, temos - enfim! - uma gestão profissional. A Fazenda, neste fim de ano, começou a atacar a importante pauta microeconômica, abandonada desde os tempos em que Marcos Lisboa deixou a Secretaria de Política Econômica.
Os efeitos dessas mudanças, caros amigos, não são imediatos. Mas virão –se tudo der certo...
O que é esse misterioso "tudo dar certo"? É a política, com as suas confusões, não interferir na agenda de reformas. Que siga adiante a Lava Jato com as consequências que vierem. Mas que o núcleo da política econômica –e não falamos aqui das pessoas, mas das reformas econômicas em curso– não se altere.
Feliz 2018!
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