É repórter especial. Já foi correspondente em Washington, Nova York, Pequim e Buenos Aires, e editor de 'Mercado'. Escreve aos domingos, a cada duas semanas.
Edifício Nações Unidas inaugurou comércio na avenida Paulista
Ao contrário do que se vê nos bairros mais valorizados de Paris ou Nova York, a elite paulistana achava que comércio desvaloriza a vizinhança. Era proibido abrir lojas na avenida Paulista, exclusiva para palacetes. Em 1952, porém, o projeto do edifício Nações Unidas, do arquiteto carioca Abelardo de Souza, criava uma galeria que começava na Paulista e chegava à rua São Carlos do Pinhal, com lojas em todo o limite da avenida Brigadeiro Luís Antônio.
Ousava, também, ao oferecer 420 apartamentos de um e dois quartos na nossa Champs-Élysées. Paulistanos com capital suficiente para apenas 67m² (os de um quarto) ou até 120 m², já poderiam ser vizinhos da aristocracia.
O projeto do Banco Nacional Imobiliário, dos incorporadores Orozimbo Roxo Loureiro e Octavio Frias de Oliveira, que uma década depois se tornaria publisher da Folha, ficou mais de um ano esperando aprovação da prefeitura. A pendência era a galeria com 25 lojas.
Um parecer do arquiteto Rino Levi, diretor da Junta Consultiva do Código de Obras, autorizou o condomínio —afinal, não havia nenhuma loja com fachada para a Paulista. Dois anos depois, o Conjunto Nacional seria aprovado.
Com os anos, o projeto foi descaracterizado. O jardim da fachada foi eliminado pela ampliação da avenida Paulista em 1971. As colunas revestidas por granilite cinza foram pintadas de verde em 2010 —quando painéis de vidro, buscando uma discutível segurança, isolaram a entrada, inclusive encobrindo um mural de cerâmica do artista Clóvis Graciano.
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A coluna "Sabe Aquele Prédio" é publicada aos domingos a cada 15 dias na "revista sãopaulo."
Pedro Saad/Folhapress | ||
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