Vaivém das Commodities
Por Mauro Zafalon
Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.
Café tem plataforma mundial sobre sustentabilidade
Edson Silva - 6.mai.13/Folhapress | ||
Plantação de café no interior de SP |
As lavouras de café estão entre as que têm bom patamar de sustentabilidade. Para muitos produtores, no entanto, a sustentabilidade, que era para se tornar um prêmio, acabou sendo um custo.
Buscando reverter esse cenário, foi criada uma rede internacional de parcerias para garantir sustentabilidade, a Plataforma Global do Café. Além de garantir o uso de práticas sustentáveis na produção cafeeira, a plataforma visa melhorar a renda do produtor do setor.
Carlos Brando, diretor da P&A, empresa que coordena o programa no Brasil, diz que "é preciso criar uma governança no setor, visando principalmente o pequeno e o médio produtores".
Esses produtores necessitam de assistência na administração da propriedade e de educação gerencial para seus negócios. "No Brasil, por exemplo, não há falta de crédito para o produtor, mas uma ausência de bons projetos no setor", diz Brando.
A Plataforma Global, adotada por oito países produtores, envolve toda a cadeia do café, de produtores a torrefatores e consumidores.
Em todos os países participantes do programa, o objetivo é garantir sustentabilidade na produção e na renda para que o produtor tenha permanência futura na atividade.
O programa de sustentabilidade no Brasil tem como referência o Currículo de Sustentabilidade do Café. Esse currículo reúne uma seleção de temas fundamentais para a sustentabilidade e sinaliza aos produtores as atividades prioritárias, bem como as recomendadas e as proibidas.
O cafeicultor é o grande beneficiário da sustentabilidade, segundo Brando. Ao seguir normas como uso racional da irrigação, colheita do café bem maduro e garantia de boas condições de moradia para o trabalhador, entre outras, ele estará dando sustentabilidade ao seu negócio.
O Currículo de Sustentabilidade traz 11 temas essenciais para o produtor. As orientações vão da gestão da propriedade a normas trabalhistas e de segurança.
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Reforma trabalhista ainda traz preocupação para país
O Brasil precisa ficar atento à nova realidade mundial. O cenário é de alta na demanda de alimentos, mas os preços devem cair anualmente.
Isso é preocupante porque o país não está bem inserido na geopolítica mundial, o custo Brasil continua e o mundo não ajuda muito.
A avaliação é de Luiz Carlos Corrêa Carvalho, da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), em seminário nesta segunda-feira (7).
Em meio às preocupações do setor estão as reformas, entre as quais a trabalhista. Almir Pazzianotto, da Pazzianotto Pinto Consultoria, não deu muitas esperanças. "É um pé na porta", diz. Mas o país precisa de uma política de emprego, segundo ele.
Sólon de Almeida Cunha, especialista na área, vê evolução. Para Walter Schalka, presidente da Suzano Papel e Celulose, "há evolução, mas é preciso uma revolução".
Para Pazzianotto, "é preciso espírito combativo, e não esperar que alguém resolva nossos problemas".
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Soja - A área a ser semeada com a oleaginosa na safra 2017/18 deverá somar 34,5 milhões de hectares. A estimativa é da AgRural, de Curitiba. Se confirmada, a área supera em 605 mil hectares a de 2016/17.
Milho - As exportações começaram aquecidas neste mês. Pelos dados atuais da Secex, é possível que o Brasil exporte 5 milhões de toneladas, o dobro do que vendeu em agosto do ano passado.
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