Justiça manda soltar delegado do Denarc suspeito de vazar informação
O delegado Clemente Castilhone Júnior, chefe do setor de inteligência do Denarc (departamento de narcóticos), teve o alvará de soltura expedido pela Justiça no fim da tarde desta quinta-feira (18). Ele foi libertado por volta das 23h.
Castilhone é apontado como suspeito por promotores do Gaeco --grupo da Promotoria que investiga crime organizado-- de vazar informações de uma investigação do Ministério Público Estadual.
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Segundo os promotores que comandam a investigação, policiais receberiam até R$ 660 mil por ano para informar e proteger criminosos ligados ao PCC em Campinas (a 93 km de São Paulo). Além de Castilhone, oito pessoas foram presas e outras quatro estão foragidas.
João Batista de Augusto Filho, advogado de Castilhone, considerou "drástica" a prisão de seu cliente. "Não havia fundamento para tanto."
José Cláudio Tadeu Baglio, promotor de Justiça que investiga o caso, afirmou que a prisão foi "drástica, mas absolutamente necessária" para entender como o vazamento ocorreu. O promotor, no entanto, descartou a participação do delegado no esquema e também que o vazamento tenha sido proposital.
Castilhone é homem de confiança do diretor do Denarc e integrante do grupo de trabalho dos governos estadual e federal para combate ao crime organizado.
DEMAIS PRESOS
Entre os demais presos estão outro delegado do Denarc --Fábio Alcântara--, nove policiais ou ex-policiais do departamento e dois investigadores do 10º DP de Campinas.
Anteontem, Castilhone e Alcântara depuseram aos promotores do Gaeco em Campinas.
Além dos delegados, dois investigadores do 10º DP, Mark de Castro Pestana e Renato Peixeiro Pinto, foram levados para prestar depoimento mas não falaram.
Segundo Thiago Amaral Lorena de Mello, um dos advogados de Pestana e Pinto, o acesso às provas que resultaram na detenção de seus clientes foi liberado menos de um dia antes da oitiva e a defesa recomendou que os policiais não se pronunciassem porque não houve tempo para analisar o processo.
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