Após caso com piada, Anac diz que medidas adicionais de segurança são possíveis
Após uma jovem ser impedida de embarcar em um voo internacional no domingo (25) por seu pai ter feito uma piada com referências ao terrorismo, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) afirmou em nota que "é permitido aos operadores aéreos, a aplicação de medidas adicionais de segurança".
Zanone Fraissat/Folhapress |
Thaís Buratto da Silva, 24, impedida de embarcar em um voo para a Indonésia devido a uma piada feita por seu pai em SP |
A agência diz que, nos casos de medidas não previstas nos próprios regulamentos do órgão, as companhias devem apresentar seu programa de segurança para ser avaliado e aprovado.
"Em geral, as empresas estrangeiras aplicam, na etapa do check-in, uma medida adicional de segurança denominada 'Profile' ou 'Entrevista do Passageiro', cujo procedimento consiste na realização de questionamentos específicos definidos pela empresa, em busca de informações que possam indicar uma possível ameaça à segurança da aviação por meio de atos de interferência ilícita, como terrorismo", diz a nota.
A Anac também menciona que "caso a empresa entenda o caso como uma ameaça à aviação civil, o procedimento correto é reportar o fato ao Operador Aeroportuário e demais órgãos públicos, dentre os quais a PF, conforme suas ações de contingência".
O órgão afirmou que apenas se pronunciará sobre o caso pontual, apontando possíveis abusos, após a devida apuração e que teria de "receber relatórios da empresa aérea e da Polícia Federal, ou mesmo a manifestação do passageiro".
A Qatar Airways se posicionou afirmando que "a segurança de nossos passageiros e tripulação é prioridade número um. No domingo, por razões de segurança, uma passageira teve embarque não autorizado. Nossos funcionários seguiram nossa política de segurança na qual a tolerância é zero."
PIADA
Thaís Buratto da Silva, 24, recém-formada em gestão ambiental pela USP, iria pegar o voo 922 da Qatar Airways com destino a Bali, na Indonésia, com escala em Doha, no Qatar.
Segundo ela, após responder a um questionário anterior ao check-in sobre suas bagagens, seu pai, Renato Camargo da Silva, 55, economista, teria dito em tom jocoso "que bom que não acharam que você era terrorista".
Após a piada, os dois foram retirados da fila e informados por funcionários da companhia de que ela não poderia embarcar devido a motivos de segurança.
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