São Paulo diz que situação da dengue é grave e culpa crise hídrica por piora
Com três vezes mais casos confirmados de dengue no primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, as autoridades municipais de saúde passaram a considerar a situação da capital para a doença como "extremamente grave". Parte da culpa é atribuída à crise hídrica.
As 1.833 vítimas entre janeiro e fevereiro formam o maior número de confirmações em um primeiro bimestre desde 2009.
A zona norte da cidade continua sendo a mais preocupante, concentrando quase 45% das vítimas da dengue e onde já foi confirmada uma morte.
O bairro do Limão tem 130,4 casos por 100 mil habitantes, o Jaraguá, 98,6, e a Brasilândia, 97,8.
A alta incidência de casos por 100 mil habitantes –considerada epidemia pelo Ministério da Saúde quando chega a 300– avança agora para bairros da zona sul como Campo Limpo e M'Boi Mirim.
Uma mulher de 84 anos é a única vítima fatal da doença confirmada. Outros dois casos, um na zona leste e outro na zona sul, são investigados.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
ÁGUA PARADA
No anúncio dos últimos dados da dengue, o secretário-adjunto da Saúde do município, Paulo Puccini, enfatizou a crise de abastecimento de água na cidade como um dos fatores que explicam o recrudescimento da doença.
"Em nossas pesquisas sobre a presença de larvas [do mosquito Aedes aegypti] ou de criadouros nas residências ocupadas está demonstrado o aumento significativo de resultados positivos, cinco vezes maior que no ano passado. Estamos em nível de alerta", afirma Puccini.
De acordo com os dados apresentados por ele, há um "grande impacto de recipientes típicos de armazenamento de água" como fonte onde foi encontrada a larva: 212% de aumento em relação ao levantamento de 2014.
Os criadouros encontrados em baldes, que representavam 4% das ocorrências em 2014, subiram para 12,7%. Os encontrados dentro de caixa d'água não suspensas subiram de 2% para 5,4%.
A Secretaria da Saúde não faz projeções sobre o total de casos esperados para este ano, mas admite que o pico da doença ainda está por vir, entre os meses de abril e maio.
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