Câmara de Ribeirão Preto declara apoio à greve dos servidores
A Câmara de Ribeirão manifestou apoio aos servidores municipais, que estão em greve para exigir reajuste salarial, e impôs uma derrota à prefeita Dárcy Vera (PSD).
"Os vereadores se colocam à disposição para que [os servidores] consigam o reajuste", afirmou o presidente Walter Gomes (PR), da base aliada da prefeita, na noite desta quinta-feira (26).
O discurso foi feito no plenário, que estava lotado de funcionários públicos. Eles foram até o local para protestar contra a prefeitura.
O plenário superou a capacidade de 240 pessoas: havia servidores nos corredores e também no chão.
As portas de acesso à Câmara foram abertas, e havia apenas um guarda-civil municipal na portaria. A categoria também está parada.
Ao contrário do que determina o regimento interno, ninguém apresentou documento de identidade para ter acesso ao prédio.
Gabriela Yamada/Folhapress | ||
Servidores municipais de Ribeirão Preto protestam na Câmara, que ficou lotada nesta quinta-feira (26) |
O presidente da Câmara também suspendeu a votação de projetos de lei durante a sessão e disse que a decisão foi tomada por "forças maiores" e também como sinal de apoio aos servidores.
A medida, no entanto, não agradou a bloco de oposição. Marcos Papa (sem partido), líder do bloco, afirmou que os vereadores oposicionistas não foram consultados.
Outra derrota imposta à prefeitura partiu da Justiça, que não reconheceu a ilegalidade da greve a pedido do Executivo municipal.
No pedido, a prefeitura afirmou que, desde quarta (25), todos os serviços à população foram suspensos.
À imprensa, entretanto, a prefeitura vem minimizando os efeitos e diz apenas que "a paralisação atingiu diversos setores" da administração.
A Justiça também determinou que o sindicato apresente uma escala de trabalho durante a greve. O sindicato argumenta que a prefeitura foi avisada sobre a greve com 72 horas de antecedência e nenhum secretário, chefe ou diretor montou a sua escala.
Também foi determinado que os servidores mantenham 50% dos funcionários em atividade e proibiu piquetes e o uso de força para impedir a entrada de outros funcionários ou da população nas repartições públicas, sob pena de multa diária de R$ 20 mil.
A categoria pede um reajuste de 13,11%, mas a prefeitura apresentou uma proposta de aumento de 3,23%, que foi negado.
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