Polícia do Rio identifica corpo e pede prisão de mulher de embaixador grego
Jose Lucena/Futura Press/Folhapress | ||
Mulher do embaixador da Grécia no Brasil chega à Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense |
A Polícia Civil do Rio de Janeiro pediu a prisão da mulher do embaixador da Grécia no Brasil, Kyriakos Amiridis, 59, Françoise Amiridis, suspeita da morte do diplomata, que estava desaparecido desde a última segunda-feira (26).
Nesta sexta-feira (30), a polícia identificou que o corpo de Amiridis é o mesmo que foi encontrado carbonizado na quinta (29) dentro de um carro sob um viaduto em Nova Iguaçu. Em depoimentos à polícia, a viúva do embaixador afirmou que era agredida por ele.
Segundo a Polícia Civil, o soldado da PM Sérgio Gomes Moreira Filho, 29, confessou ter matado o embaixador. Em depoimento, ele disse que a morte foi resultado de uma luta corporal entre os dois. Depois de matá-lo, convocou seu primo para ajudá-lo a se desfazer do corpo.
Para a polícia, o PM tinha um caso extraconjugal com Françoise, e o crime teria motivação passional.
Ainda segundo as investigações, Kyriakos Amiridis teria sido morto na própria casa e, na sequência, seu corpo teria sido retirado do local pelo PM e levado no carro alugado pelo embaixador –o mesmo veículo que foi encontrado em chamas em Nova Iguaçu.
Um sofá com manchas de sangue foi encontrado na casa em que o casal estava hospedado. O móvel foi levado para a delegacia durante a madrugada e passou por perícia.
Bruno Poletti - 16.jun.2016/Folhapress | ||
O embaixador da Grécia, Kyriakos Amiridis, desaparecido desde a última segunda no Rio |
Foi a própria viúva do embaixador que comunicou o sumiço do marido à Polícia Federal. A PF avaliou que o desaparecimento não tinha relação com a atividade diplomática de Amiridis no Brasil. Por isso, o caso foi encaminhado à DHBF, que tem um setor específico para investigações de desaparecimentos.
Procurado pela Folha, o Ministério de Relações Exteriores disse que não comentará o assunto, e funcionários do Consulado da Grécia no Rio não deram informações sobre o paradeiro de Amiridis. A Embaixada da Grécia ainda não havia se pronunciado oficialmente sobre o caso.
O embaixador estava de férias no Rio até o próximo dia 9, quando deveria voltar ao trabalho na embaixada em Brasília. Ele e Françoise têm uma filha de dez anos.
Gomes Filho está na Polícia Militar desde abril de 2012 e trabalhava na UPP Fallet/Fogueteiro. Ele será submetido a processo administrativo disciplinar e um conselho de revisão disciplinar decidirá por sua permanência ou exclusão da instituição. Ele deve ser encaminhado para a unidade prisional da PM.
PAIXÃO PELO RIO
Amiridis era um apaixonado pelo Rio e já foi cônsul na cidade de 2001 até 2004. Em janeiro deste ano, ele assumiu o posto em Brasília. Nas suas folgas, ele costuma passar alguns dias no Rio. Um dos funcionários da embaixada grega em Brasília confirmou que a mulher de Amiridis tem residência na capital fluminense.
O embaixador era formado em direito pela Universidade de Aristóteles em Tessalônica, na Grécia. Sua carreira diplomática começou em 1985. Antes de assumir o posto em Brasília, ele foi embaixador da Grécia na Líbia por quatro anos a partir de 2012.
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