Alckmin obtém vitória, mas não sabe se reajustará bilhete de integração
Ronny Santos/Folhapress | ||
Ônibus na rua Xavier de Toledo, centro de São Paulo; integração terá ajuste além da inflação |
Em vitória da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu a favor do governo de São Paulo para que o Estado possa reajustar o valor de bilhetes do transporte público.
A possibilidade de aumento, segundo a decisão da ministra Laurita Vaz, presidente da corte, vale para os passageiros que fazem a integração do metrô ou da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) com o ônibus. Também poderá afetar os usuários de bilhetes mensais e semanais.
De acordo com a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos, esses passageiros representam um terço dos usuários da rede de transporte sobre trilhos da região metropolitana de São Paulo.
O governo Alckmin, porém, ainda não decidiu se cumprirá a decisão ou se manterá os bilhetes congelados até o final do ano, quando costuma anunciar os reajustes gerais de tarifa. Há uma decisão política no meio do caminho.
De um lado, o aperto nas contas de Metrô e CPTM, que dependem cada vez mais de repasses do orçamento do Estado e não se sustentam apenas com o arrecadado com as passagens.
De outro, o desgaste de efetuar um reajuste nos bilhetes fora de época e ainda sob o respaldo de uma decisão judicial. Alckmin não quer se visto como o governador que recorre à Justiça para prejudicar o bolso da população, em especial num ano pré-eleitoral no qual se coloca como nome do PSDB para o Palácio do Planalto.
Se efetuado, o reajuste seria bem acima da inflação, na integração de ônibus com metrô ou trem (de R$ 5,92 para R$ 6,80) e na modalidade diária (de R$ 16 para R$ 20) e mensal (de R$ 230 para R$ 300).
Parte interessada, mas não integrante da ação inicialmente movida pelo PT contra o reajuste, a Prefeitura de São Paulo não se manifestou neste sábado sobre a decisão do STJ, tomada nesta sexta (7).
Neste ano, o valor das passagens de metrô e trem, hoje em R$ 3,80, não foi reajustado, segundo decisão tomada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) no fim do ano passado. Na ocasião, o governo optou reajustar apenas as tarifas intermunicipais, após o aliado político de Alckmin, prefeito João Doria (PSDB) reafirmar depois de eleito a promessa feita durante a campanha de que as tarifas da capital seriam mantidas.
QUEM SERÁ AFETADO - Como as tarifas de ônibus são pagas em São Paulo (em % de viagens mensais)
Em nota, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos afirma que a decisão "é resultado do trabalho desenvolvido pelo governo do Estado de São Paulo, por meio da Procuradoria Geral do Estado". A partir da próxima segunda-feira (10) as definições sobre a implementação das novas tarifas serão decididas.
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