Calçadões do centro de São Paulo têm buracos, remendos e sujeira
Os calçadões da região central de São Paulo estão esburacados e os remendos deixam o piso fora do padrão original, tanto os com pedras portuguesas quanto os pisos lisos.
É o que constatou o Vigilante Agora, ao caminhar pela região na segunda-feira da semana passada. Foram analisadas 25 calçadas do chamado centro velho e, do total, 20 tinham algum tipo de problema, como buracos, desníveis e remendos inacabados ou fora do padrão.
Em novembro, a Prefeitura de São Paulo, sob a gestão João Doria (PSDB), anunciou que as tradicionais pedras portuguesas dos calçadões devem começar a ser trocadas por concreto no começo do ano que vem, para economizar com a manutenção.
Mas há quem reclame. "É mais fácil passar concreto que preservar a história. Essas pedras deveriam ser reformadas, e não dizimadas", reclama o aposentado Gilmar Vieira de Souza, 69 anos.
As ruas do entorno da praça da República, com calçadões fechados para os carros, têm buracos e remendos cimentados. Uma das piores situações é na rua Sete de Abril, que passou por reforma e teve o piso tradicional trocado por blocos de concreto.
Algumas dessas pedras estão soltas e o piso tátil, para guiar deficientes visuais, acaba de repente –logo antes de um buraco. Pedras ao redor de tampas de telefonia ou de bueiro estão desniveladas. Além disso, a via estava suja.
MAIS DESNÍVEIS
Ali perto, na rua 24 de Maio, também há desníveis no solo provocados pelos buracos. A secretária Cláudia Azevedo, 30 anos, reclama que não consegue usar salto alto. "Há um mês o meu sapato enganchou num buraco e acabei torcendo o pé. Agora só ando de tênis", diz.
Na rua Dom José de Barros, o autônomo Lourival Pereira dos Santos, 65, reclama que o piso foi reformado há um mês e já está destruído. "Não dura nada, absurdo."
Perto do prédio da prefeitura, na praça do Patriarca, há buracos e pedras portuguesas destruídas. Uma empresa fazia obras na altura do número 27 e funcionários afirmam que vão repor o material original. Há outros desníveis ao longo da praça e na divisa da passagem de pedestre e de carros, com mais buracos e remendos.
Poças d'água também são muito comuns nos calçadões.
OUTRO LADO
A Prefeitura Regional da Sé afirmou, por meio de nota, que realiza diariamente serviços de conservação nos calçadões. O modelo proposto pela gestão João Doria (PSDB), disse, deve preservar o piso de pedras portuguesas no entorno de prédios tombados. Afirmou ainda que as pedras portuguesas apresentam sérios problemas relativos à acessibilidade, são custosas e de difícil manutenção. O material, disse a prefeitura regional, é instalado sobre camada de areia e cimento, o que torna inadequada sua utilização em locais onde há passagem de veículos pesados.
"Há ainda o agravante das obras feitas por concessionárias de serviços públicos com redes subterrâneas, obrigadas a entregar o piso refeito, de forma satisfatória. Quando isso não acontece, são multadas", disse o órgão, na nota. Em relação aos ambulantes ilegais, afirmou realizar ações diárias em toda a região. A prefeitura regional disse ainda que os demais problemas citados pela reportagem serão verificados.
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