Justiça paulista nega pedido de prisão, e suspeito de matar menino é liberado

Crédito: Arquivo Pessoal Arthur Aparecido Bencid Silva, de cinco anos, morreu após ser ferido por bala durante queima de fogos
Arthur Aparecido Bencid Silva, de cinco anos, morreu após ser ferido por bala durante queima de fogos

LUÍS ADORNO
DO UOL

Até então único suspeito de ter matado o menino Arthur Aparecido Bencid Silva, 5, o homem de 20 anos, detido na noite de terça-feira (2), teve o pedido de prisão preventiva negado pela Justiça de São Paulo, por falta de elementos, e foi liberado entre 2h e 3h desta quarta-feira (3), segundo a Polícia Civil.

"A medida cautelar desse suspeito foi indeferida. O juiz entendeu que não havia elementos que comprovassem a autoria desse suspeito", afirmou o delegado Antônio Sucupira Neto, do 89º DP (Distrito Policial), no Portal do Morumbi, na manhã desta quarta-feira (4).

De acordo com o delegado, o suspeito, que afirma estar desempregado há dois meses, confessou que, durante a virada de ano, disparou seis tiros para o alto próximo de onde mora, no Jardim das Imbuias, longe do Jardim Taboão, onde o menino foi atingido na cabeça.

O delegado afirma que, se a versão do suspeito estiver correta, pela distância, é impossível que os tiros que ele disparou tenham sido os mesmos que chegaram até o quintal da família de Arthur. O suspeito tinha uma arma calibre 38. Segundo laudo pericial, o menino foi atingido no crânio pelo disparo de uma arma do mesmo calibre.

Na madruga do primeiro dia do ano, o suspeito chegou a ser detido por posse de arma. Após pagamento de R$ 500 de fiança, ele foi liberado. A arma está apreendida no 101º DP, no Jardim das Imbuias.

A polícia não considera que o suspeito tenha chegado a ficar preso. "Ele esteve a todo momento em uma sala, acompanhado de um irmão, para prestar depoimento e nos ajudar a esclarecer. Quando a decisão judicial chegou, ele foi liberado", afirmou o delegado.

INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA

O delegado informou que a polícia chegou até esse suspeito por uma interceptação telefônica durante uma investigação que já estava ocorrendo na área, por outro caso. "Ontem, através de uma operação paralela, de um outro caso, veio a informação com o nome desse suspeito, que, na noite de Réveillon, teria comemorado com disparos de arma de fogo para o alto", disse.

A polícia conseguiu o nome completo do suspeito e, na sequência o endereço, onde ele foi encontrado e levado ao 89º DP. Após o depoimento e a liberação, com a decisão judicial, a polícia quer que seja feito, de forma rápida, o exame de confronto balístico, para comprovar se a munição utilizada pela pessoa que matou Arthur é a mesma do suspeito que foi detido na terça-feira.

A ideia é de que o resultado do exame saia entre 3 e 5 dias. O suspeito informou à polícia que a arma, agora apreendida no 101º DP, não está com numeração raspada e que a adquiriu há cerca de um ano em uma "feira do rolo". Ele é investigado em algumas ocorrências, mas, segundo o delegado, o suspeito não tem passagem pela polícia. "Não foi condenado por nenhum crime", afirmou Sucupira Neto.

Além do suspeito, que afirmou ter comemorado a virada do ano atirando para o alto, três amigos, que estariam com ele no momento dos disparos, dentro de um Chevrolet Vectra, devem ser ouvidos na manhã de hoje. Durante a tarde, os pais do menino e representantes de dois prédios próximos à casa onde o caso ocorreu também devem ser ouvidos.

Segundo o delegado, o pai do menino estaria ao lado dele quando ele foi atingido. A ideia é saber a posição da queda do menino, para, ao comparar com a perfuração da bala, saber de onde, exatamente, partiu o tiro.

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