Após dois anos com preço em alta, produtor investe em café especial
Depois de dois anos produzindo com o preço do café em alta, cafeicultores da região da Alta Mogiana aumentaram os investimentos para a produção de grãos especiais.
Com o produto de melhor qualidade, os preços podem ser até duas vezes maiores do que com os grãos comuns.
A AMSC (Associação dos Produtores de Café da Alta Mogiana) triplicou o número de associados neste ano –de 20, em janeiro, para 60, em dezembro.
"O cafeicultor tinha um capital e, em vez de aumentar a produção, decidiu investir em qualidade. A tendência do mercado externo é comprar cada vez mais os melhores produtos", disse Gabriel Silva, gestor da associação.
Edson Silva/Folhapress | ||
Lavoura da fazenda Aleluia, em Franca, que produz café especial para exportação |
De acordo com ele, a preferência pela produção de grãos especiais já acontece há cinco anos.
No entanto foi apenas neste ano que os cafeicultores conseguiram fazer investimentos para melhorar a qualidade do que produzem.
"A maioria dos produtores já despertou e percebeu que o café especial sofre menos com as oscilações do mercado. No entanto para produzi-los não basta querer, é preciso investir", disse Silva.
Ismael Nogueira Alves, cafeicultor de Franca, se associou neste ano, mas já produz os cafés considerados especiais há cinco anos. Neste ano, ele comprou uma máquina para a secagem do café que custou R$ 1 milhão.
"Nossa região [a da Alta Mogiana] favorece a produção de cafés especiais por causa do clima. Mas, o mais importante, é o manejo dos grãos no pós-colheita, porque não adianta você ter um café bom e estragá-lo por falta de conhecimento", disse Alves.
Neste ano, 70% da produção de Alves foi vendida como café especial. Enquanto as sacas dos grãos considerados comuns foram vendidas por R$ 240, as de especiais foram comercializadas a R$ 370, ou 54,17% a mais.
TÉCNICAS
Formado em agronomia, Fernando Pili Faleiros descobriu que se colocasse em prática algumas técnicas poderia transformar o café de sua propriedade, que hoje é vendido como comum, em um produto gourmet.
"Percebi que se melhorasse a separação e a secagem dos grãos poderia ter uma produção com maior qualidade. Para o próximo ano também investimos em melhor adubação e salinização da planta", disse.
Para o ano que vem, Faleiros afirmou que espera conseguir vender 30% de sua produção como café especial.
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