Psicologia e semiótica se unem em curso de identificação de tendências
Identificar tendências de consumo e aplicá-las aos negócios se torna cada vez mais relevante. De olho nesse nicho, instituições já oferecem cursos que propõem maneiras mais eficazes de acessar o consumidor e criar produtos e serviços de sucesso.
"Tendência e inovação estão entre os temas mais procurados na pós, todos querem o próximo Uber. Há o caminho tradicional, por meio de 'brainstorm', e existe o ingrediente novo, que é olhar para as tendências com novos elementos em mãos", diz Marcelo Veras, CEO da Inova Business School, que oferece o MBA de TrendsInnovation em Campinas e São Paulo.
Esses novos elementos envolvem técnicas de pesquisa e análise de dados sobre perfil do consumidor, hábitos de consumo e mudanças da sociedade. "Sempre olhamos para o futuro, em todas as disciplinas. Trazemos uma reflexão crítica de como são os produtos e de como eles podem ser", conta Fábio Righetto, coordenador do curso de design e cultura material da Faap, também voltado ao estudo de tendências.
Os cursos levam questionamentos sobre o que é oferecido no mercado e estimulam um olhar apurado para as transformações do mundo. "Ao criar produto ou serviço, em geral pensamos no jovem saudável. Mas é preciso prestar atenção em uma população que está envelhecendo", afirma Righetto.
Costumam ser oferecidas nos cursos disciplinas teóricas, como ética, semiótica, economia e psicologia, e mais práticas, como as que analisam tendências em si, novos hábitos criados pela internet, e as que mostram diferentes ferramentas de pesquisa.
Uma dessas ferramentas é o "coolhunting". O nome em inglês se traduz como caça ("hunting") do que é legal ("cool"). A técnica é um conjunto de pesquisas de observação para identificar tendências. "Com esse tipo de estudo, vemos que o futuro não é uma caixa-preta como muitos acreditam", afirma Veras.
SUOR
A neurociência também oferece instrumentos de pesquisa e aparece cada vez mais nos currículos. Os alunos aprendem sobre exames que atestam mudanças no cérebro, na pupila e no padrão de suor, dando pistas sobre o sucesso de um produto.
"Para entender uma tendência, é preciso saber como funciona o processo decisório humano. A ideia de que a decisão é racional, pelo preço ou comparação direta de produtos, já caiu por terra", afirma Juliana Acquarone, responsável pela disciplina de neurociência e consumo de cursos da ESPM.
Profissionais de comunicação, pesquisa de mercado e marketing, designers e gestores são os que mais procuram os cursos. "São bons para quem quer entender a pesquisa com mais critério e de forma mais objetiva", diz Janaína Brizante, professora da especialização pesquisa de mercado em comunicações da ECA-USP e diretora da Nielsen Consumer Neuroscience.
Ela avisa: "Há uma demanda maior do mercado por profissionais que entendam bem de fisiologia e possam aplicá-la na comunicação".
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Adriano Vizoni/Folhapress | ||
Tassiane Castelani, 26, executiva de contas da área de seguros |
ATALHO PARA REUNIÃO MAIS PRODUTIVA
Foi no 3º ano da faculdade de Publicidade que Tassiane Castelani, 26, descobriu como a neurociência pode ajudar a entender o comportamento do consumidor. Decidiu, então, matricular-se na pós em neuromarketing da Inova Business School e especializou-se em gestão de tendências e inovações.
"Conhecer o funcionamento do cérebro melhora a vida pessoal e profissional, porque é possível saber o que a outra pessoa espera e agir de acordo."
Esse conhecimento também vale para sua carreira como executiva. "Numa reunião, posso observar comportamentos do meu interlocutor. Às vezes, é preciso mudar a forma de conduzir o encontro ou até encerrá-lo, porque não trará nenhum resultado naquele momento."
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ONDE ESTUDAR
PESQUISA DE MERCADO EM COMUNICAÇÕES
MODALIDADE
especialização
ONDE
ECA-USP São Paulo
DURAÇÃO
18 meses
QUANTO
R$ 21.600, à vista
TRENDSINNOVATION
MODALIDADE
MBA
ONDE
Inova Business School
DURAÇÃO
12 meses
QUANTO
R$ 19.125 (São Paulo) e R$ 12.537 (Campinas), à vista
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