Quantos passos você dá por dia? Dados globais de celulares mostram que brasileiro anda pouco
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Em ranking global sobre caminhada, Brasil ficou entre os últimos colocados |
Cientistas americanos usaram dados de smartphones em escala planetária para descobrir quão ativas as pessoas são.
Uma análise da Universidade de Stanford, nos EUA, com dados que equivalem a 68 milhões de dias de atividades minuto a minuto apontou que o número médio de passos que alguém dá por dia é de 4.961.
Hong Kong ficou em primeiro lugar no ranking com uma média de 6.880 passos por dia, enquanto a Indonésia ficou na lanterna, com 3.513. O Brasil ficou entre os últimos colocados –atingiu uma média de 4.289 passos diários.
O estudo também trouxe detalhes interessantes sobre formas de lidar com a obesidade.
PASSO A PASSO
A maioria dos smartphones tem um acelerômetro que é capaz de gravar os passos de seus donos. Para o levantamento, os pesquisadores usaram dados anônimos de mais de 700 mil pessoas que usam o aplicativo de monitoramento de atividades Argus.
Tim Althoff | ||
Países mais preguiçosos (perto do vermelho) e mais ativos (perto do azul escuro), pelos passos diários |
"O estudo é mil vezes maior do que qualquer estudo anterior sobre movimento humano", disse Scott Delp, um professor de bioengenharia e um dos pesquisadores envolvidos.
"Há pesquisas incríveis sobre saúde, mas nosso novo estudo oferece dados de mais países, muito mais objetos e acompanha a atividade das pessoas de maneira contínua. Isso abre portas para novas formas de fazer ciência em uma escala muito maior do que fizemos antes."
DESIGUALDADE DE ATIVIDADES
O estudo foi publicado na prestigiada revista científica "Nature", e seus autores dizem que os resultados dão insights importantes para melhorar a saúde das pessoas.
O número médio de passos em um país parece ser menos importante para os níveis de obesidade, por exemplo.
O ingrediente principal para descobrir isso foi o índice de "desigualdade de atividade" –a diferença entre os mais ativos e os mais preguiçosos.
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Brasileiros andam pouco, aponta a pesquisa feita com base em dados de aplicativo |
Quanto maior a desigualdade de atividade, maiores as taxas de obesidade.
"Por exemplo, a Suécia tem uma das menores desigualdades entre os ricos e os pobres em atividades e também uma das menores taxas de obesidade", diz Tim Althoff, um dos pesquisadores.
Os Estados Unidos e o México têm uma média parecida de passos, mas os americanos têm uma desigualdade de atividade e níveis de obesidade maiores.
Os pesquisadores descobriram que a desigualdade de atividade também é influenciada pelas diferenças entre homens e mulheres.
Em países como Japão –com índices baixos de desigualdade e de obesidade– homens e mulheres faziam exercício em níveis parecidos.
Mas em países com desigualdade alta, como Estados Unidos e Arábia Saudita, as mulheres passavam menos tempo ativas.
"Quando a desigualdade de atividade é maior, a atividade das mulheres é muito mais reduzida que a dos homens e, portanto, as consequências negativas da obesidade podem afetar mais as mulheres."
A equipe de Stanford diz que as descobertas podem ajudar a explicar padrões mundiais de obesidade e dar novas ideias sobre como lidar com o problema.
Por exemplo, eles avaliaram 69 cidades americanas em relação a facilidade para se locomover a pé.
Os dados dos smartphones indicaram que cidades como Nova York e São Francisco eram mais amigáveis para pedestres e tinham uma taxa alta de "caminhabilidade". Enquanto isso, em locais como Houston e Memphis, há "baixa caminhabilidade", o que leva as pessoas a precisarem de um carro para se locomover.
Previsivelmente, caminha-se mais em lugares onde é mais fácil andar.
Os pesquisadores dizem que isso pode ajudar a organizar as cidades para promover uma atividade física maior.
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