Contra o Cruzeiro, Ronaldinho joga por primeiro título no Atlético-MG
Há exatamente um ano, o presidente do Atlético-MG viajou ao Rio de Janeiro para contratar o meia Juninho Pernambucano, então no Vasco.
Durante a negociação, o cartola recebeu um telefonema do técnico Cuca, que estava em Belo Horizonte. Kalil ouviu o seguinte: "Presidente, o nosso camisa 10 está no Rio, mas é outro".
Poucos dias depois, Ronaldinho, que havia saído brigado do Flamengo, desembarcava em Belo Horizonte.
Bruno Cantini/Divulgação | ||
Ronaldinho Gaúcho participa de treino do Atlético-MG |
A amizade entre Cuca e Roberto Assis, empresário e irmão de Ronaldinho, foi fundamental para o Atlético-MG reforçar o time que decolou em 2012 e se estabeleceu em 2013 como o melhor do país.
Hoje, o craque de 33 anos está perto de conquistar seu primeiro título pelo clube. O Atlético enfrenta o Cruzeiro às 16h, no Mineirão, com uma larga vantagem, pois venceu por 3 a 0 o jogo de ida.
Durante a semana, o Atlético terá um desafio ainda maior. O time vai a Tijuana para o primeiro duelo pelas quartas de final da Libertadores. A volta será na semana seguinte, no Independência.
Ganhar Estaduais é rotina: o time tenta hoje sua 42ª taça. Libertadores é diferente. Esta é a apenas a quinta participação do time na competição, que está na 54ª edição. O melhor desempenho foi em 1978, quando acabou eliminado num triangular válido pelas semifinais.
Neste ano, o Atlético sobra: fez a melhor campanha na fase de grupos e avançou no mata-mata com duas vitórias esmagadoras sobre o São Paulo, o brasileiro de melhor histórico na competição.
O sucesso do Atlético-MG passa pela teimosia de Kalil, que manteve Cuca no cargo de técnico apesar da tragédia de dezembro de 2011.
Na última rodada do Brasileiro daquele ano, o Atlético poderia rebaixar o Cruzeiro se vencesse o arquirrival: não apenas perdeu a chance como foi goleado por 6 a 1.
O clamor pela cabeça do treinador foi grande. Kalil bancou sua permanência. Cuca se cercou de profissionais de seleção brasileira na comissão técnica: o preparador físico Carlinhos Neves, o treinador de goleiros Chiquinho Cersósimo e o médico Rodrigo Lasmar.
REFORÇOS
Outro traço recente do clube é a agressividade nas contratações. Quando ficou claro que faltava um goleiro, há um ano, o Atlético desembolsou 3 milhões de euros para tirar Victor do Grêmio.
Para reforçar o time que foi vice-campeão brasileiro em 2012, ogastou com Diego Tardelli, Gilberto Silva, Luan, Alecsandro, Rosinei.
O mérito de Cuca, diz quem trabalha com ele, é conseguir tirar o melhor de jogadores que eram dados como descartáveis por clubes anteriores e saber administrar a mistura de estrelas como Ronaldinho e jovens como Bernard.
Procurado pela Folha para falar sobre o time, Kalil se esquivou. "Não falo nada em semana de decisão! O time só vai dar certo quando ganhar taça. Se for campeão, eu falo na segunda [amanhã]." A ver.
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