Corinthians recomenda cuidado a jogadores; torcida faz protesto hoje
Não havia nenhum torcedor no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no início da tarde desta quinta (16). Mesmo assim, a delegação do Corinthians teve o zelo de trocar o avião pelo ônibus ainda na pista e rumar para o centro de treinamento do clube.
A tensão foi detonada pela a goleada por 4 a 1 para o Atlético-MG e a eliminação na Copa do Brasil. Os problemas internos e a pressão nos bastidores a Mano Menezes acabaram expostos pela derrota no Mineirão.
A Folha apurou que a diretoria recomendou aos jogadores evitarem saídas à rua enquanto o clima estiver pesado. O melhor é não ter qualquer possibilidade de encontro com a torcida. Mas este vai acontecer nesta sexta (17).
A Gaviões da Fiel, principal organizada corintiana, convocou seus associados a protestar em frente ao CT, às 11h, enquanto o elenco profissional estiver treinando.
A torcida promete transporte para os que estiverem interessados em ir de sua quadra, no Bom Retiro, até o Parque Ecológico do Tietê.
"Eu não sei quanta gente vai ter porque o pessoal aqui da quebrada ainda está se organizando. Ônibus vai ter. Quantos forem precisos. As empresas de ônibus são todas aqui perto [da sede] e em cinco minutos a gente consegue o que precisar", disse Wagner da Costa, o Wagner BO, presidente da Gaviões.
Um diretor da torcida organizada disse à Folha que a intenção do protesto é pacífica, desde que o Corinthians esteja disposto ao diálogo. Informalmente, estima que cerca de 200 pessoas podem estar presentes.
Na tarde desta ontem já foram colocadas faixas no CT pedindo a saída de Mano e do presidente Mario Gobbi.
Em fevereiro deste ano, integrantes de organizadas invadiram o centro de treinamento após goleada sofrida contra o Santos pelo Paulista. Os atletas ficaram amedrontados.
Rivaldo Gomes/Folhapress | ||
Bagagem do Corinthians desembarca no aeroporto de Congonhas; jogadores não passaram por saguão e saíram pela pista |
DISCÓRDIA
A crise explodiu minutos após a derrota para o Atlético. Guerrero entrou no vestiário chorando. Ele havia pedido dispensa da seleção peruana para estar em campo.
A declaração de Cássio, de que havia jogadores não preparados para atuar pelo Corinthians, pegou mal no elenco. O goleiro ficou irritado com erros no posicionamento defensivo e com o individualismo do atacante Luciano.
Mario Gobbi foi ao vestiário e garantiu que nada vai mudar. Ele banca o trabalho de Mano Menezes até dezembro, quando termina o contrato. Isso apesar da pressão para que demita o treinador.
Ele aposta que no Brasileiro o time vai conquistar o objetivo de se classificar para a Libertadores de 2015, ficando entre os quatro primeiros.
Uma das reclamações dentro do clube com relação ao técnico é Jadson, que é pouco utilizado. O próprio meia, contratado na troca com o São Paulo pelo atacante Pato, está descontente.
O zagueiro Gil não gostou de não ter sido escalado. Viajou mais de 20 horas de Cingapura, onde estava com a seleção brasileira, foi para Belo Horizonte e não saiu do banco. O volante Elias, que fez o mesmo trajeto, jogou cerca de 15 minutos no fim.
A imagem da dupla corintiana ficou pior porque o atacante Diego Tardelli também estava com a seleção, chegou pouco antes da partida, foi titular do Atlético e acabou sendo o melhor em campo.
"A decisão foi a partir da conversa que tivemos com eles", disse Mano após a eliminação, deixando claro que a não escalação passou pelo que os próprios jogadores disseram para o técnico.
No domingo (19), o Corinthians, 6º colocado, enfrenta o vice-líder do Brasileiro, Internacional.
Editoria de arte/Folhapress | ||
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