Os apaixonados por futebol que pretendem ir à Rússia acompanhar o maior evento futebolístico do mundo precisam começar a poupar, no melhor dos cenários, ao menos R$ 700 por mês.
A conta não engloba os gastos com ingressos, alimentação e transporte entre as cidades das partidas.
Este cenário também demanda dedicação. O torcedor terá que garimpar opções mais baratas de passagem aérea e hospedagem para o período do Mundial –de preferência, o quanto antes, pois a expectativa é que os preços subam conforme se aproxima a data de início do evento, em 14 de junho.
Em sorteio realizado na última sexta-feira (1º), ficou definida a tabela do Mundial. O Brasil estreia no dia 17 de junho em Rostov-do-Don, contra a Suíça, enfrenta a Costa Rica no dia 22 em São Petersburgo e termina sua participação na fase de grupos contra a Sérvia, no dia 27, em Moscou.
"Não tem milagre, mas é melhor planejar agora do que no mês que vem. A única coisa que não recomendamos, obviamente, é tomar empréstimo para viajar", diz Daniel Mazza, planejador financeiro da associação Planejar.
O cuidado principal deve ser tentar pagar tudo até a viagem. "Normalmente, as pessoas viajam com quase nada e voltam cheias de dívidas. O planejamento é para que a pessoa adeque seu orçamento e viaje com tudo resolvido", afirma Mazza.
Na compra da passagem aérea, há pouco espaço para economia. O torcedor deve ficar de olho em promoções e adquirir os bilhetes quando puder, para não pagar muito caro perto da viagem.
Em hospedagem, o poder de barganha melhora. Além de hotéis, o turista pode ficar em Airbnbs e hostels, por exemplo. "Além de baratear, o Airbnb ajuda a ter uma experiencia local. Você pode ficar na casa de uma pessoa e se integrar mais naquela cultura", afirma Mazza.
Dá para terceirizar o trabalho para agências de viagens. A opção pode até ser melhor para evitar dores de cabeça em um país desconhecido, afirma Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper. "Você precisa ter um apoio logístico. É um lugar longe, com uma cultura que o torcedor não está acostumado", diz.
"As próprias operadoras de turismo se adaptaram para concorrer com sites de viagem e oferecem praticamente o mesmo preço que o turista pagaria se comprasse por conta própria", prossegue.
Nas agências, a expectativa é que a demanda aumente agora, após a definição dos grupos da primeira fase, diz Jarbas Corrêa Júnior, vice-presidente da Agaxtur.
"Nos últimos dias, vimos um aumento da procura da ordem de 60%. Agora, depois do sorteio, isso deve crescer mais, porque muita gente estava esperando a definição para ver em que grupo o Brasil ia cair e começar a planejar a viagem", diz.
Segundo ele, a agência vai começar a criar "pacotes mais acessíveis" para quem quiser acompanhar o evento –na Agaxtur, o pacote mais caro pode chegar a R$ 70 mil.
Na CVC, a previsão é que a procura pelos pacotes também aumente após a definição das chaves.
O Submarino Viagens registrou aumento de cerca de 20% entre 30 de novembro e 1º de dezembro nos acessos feitos na página sobre Rússia. Segundo o site, dobrou o número de pesquisas de preços de passagens aéreas com destino a Moscou em seu buscador de passagens.
O torcedor que estiver com o passaporte em dia (o documento não pode vencer em até seis meses do dia de saída da Rússia) e com o seu Fan ID (identidade do torcedor que será emitida após a compra de ingresso) não vai precisar de visto para o país sede do Mundial de futebol.
Mas isso só vale se ele chegar no máximo dez dias antes da abertura e sair em até dez dias após a final.
Para quem se organizou e conseguiu juntar o dinheiro, o ideal é pagar o máximo de despesas à vista. "E não faz sentido investir o valor. A rentabilidade em uma aplicação nesse prazo curto não vai fazer diferença", diz Mazza.
Outra dica é começar a comprar rublo russo, para evitar oscilações cambiais. A recomendação é, todo mês, trocar um pouco de moeda para fazer um preço médio.
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