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Livro de cabeceira de Felipão defende que líderes demonstrem carinho

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Um líder, seja ele um executivo ou um treinador de futebol, precisa demonstrar amor pelos subordinados. Não de modo sexual ou só como um sentimento, mas, sim, com práticas como a gentileza e o altruísmo.

Esse é o ensinamento central do livro "Como se Tornar um Líder Servidor" (editora Sextante), que o técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, está lendo na preparação para a Copa do Mundo, como revelou o colunista da Folha Juca Kfouri na semana passada.

Trata-se de um tom bastante diferente de "A Arte da Guerra", de Sun Tzu, o best-seller usado por Felipão para motivar os jogadores brasileiros antes da conquista do pentacampeonato, em 2002.

Na obra do filósofo chinês, escrita há mais de 2.500 anos, a tônica é traçar estratégias para derrotar o inimigo: usar espiões, analisar o rival, dosar o uso da força.

Já no livro do americano James C. Hunter quase não se fala de adversários: a meta é convencer o líder a tratar melhor seus comandados para que eles trabalhem melhor.

"Quando nos sacrificamos e servimos aos outros, estamos desenvolvendo autoridade e, em consequência, influência", diz o texto.

A tese central do americano, inspirada em parte por frases de Jesus Cristo e outros trechos bíblicos, é a de que um líder só consegue influenciar as pessoas se identificar o que elas precisam e atender a essas expectativas.

Só assim é possível "envolvê-las de forma que coloquem coração, mente, espírito, criatividade e excelência a favor de um objetivo".

O autor diz que é preciso dar aos liderados exatamente o que eles precisam.

"Às vezes você precisa de um abraço e às vezes de uma palmada. Mas eu só estou fazendo isso porque eu quero que você se saia melhor", explicou Hunter à Folha.

O problema, afirmou, é que grande parte dos chefes não sabe dosar isso e fica ou só no abraço ou só no safanão.
pai de família

"É bem a cara do Felipão", afirma Vicente Goetten, que é diretor de um laboratório de inovação da empresa de software brasileira Totvs nos Estados Unidos.

Ele tem uma equipe mais ou menos do tamanho da do técnico brasileiro (20 pessoas) e diz que aplica alguns conceitos que aprendeu no livro. "O líder servidor está ligado à figura do pai e ele tem essa coisa da família Scolari, de levar o time para um propósito único", diz.

Mas as ideias do autor são um tanto polêmicas entre os consultores de carreira. Para os críticos, não basta ser gentil ou altruísta para construir um time vencedor.

O consultor em gestão de pessoas Eduardo Ferraz, que também é autor de livros sobre a vida corporativa, disse que "acha estranho" que alguém como Felipão tenha se entusiasmado pela obra.

Segundo ele, é muito difícil manter esse estilo em situações de pressão: quando os negócios não vão bem ou quando uma equipe disputa uma Copa do Mundo.

"Quando há uma pressão por resultado, quando se está abaixo da meta, você pode ser gentil, pode implorar, mas às vezes é necessário mudar o time, promover o reserva e demitir gente finíssima", afirmou. "Você precisa fazer uma gestão dura."

Hunter afirma que ser um líder servidor não significa ser bonzinho ou pouco exigente. Scolari pode continuar berrando na beira do campo.

"Os melhores técnicos servidores que eu conheço demonstram muita emoção, muita paixão pelo jogo", disse o autor. "Mas eles não atacam as pessoas. Uma coisa é você dizer que você jogou mal, e outra é falar que você é um jogador ruim."

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