Saber dos ninjas está por trás da bola da Copa, diz pesquisador japonês
Xinhua | ||
Imagem da Brazuca, na apresentação da bola da Copa deste ano |
O saber dos ninjas, espiões secretos e mercenários do Japão feudal, é o segredo por trás da bola oficial da Copa do Mundo no Brasil, afirmou um pesquisador japonês.
Durante o Mundial da África do Sul em 2010, jogadores reclamaram que a bola do torneio, a Jabulani, tendia a se comportar de modo bizarro e desviar-se em pleno ar como uma bola de vôlei de praia, levando a marca alemã Adidas a desenvolver uma bola mais confiável para o torneio de 2014.
O esforço resultou no que hoje se conhece como Brazuca, que deve voar com grande estabilidade, disse Takeshi Asai, um professor de ciências do esporte e diretor do Instituto de Saúde e Ciências do Esporte na Universidade de Tsukuba, nos arredores de Tóquio.
A nova bola possui apenas seis gomos, dois a menos do que a Jabulani, e é projetada no formato de um shuriken –a estrela metálica usada por ninjas–, mas são as costuras que constituem o segredo de sua grande estabilidade, acrescentou o japonês.
"Apesar do reduzido número de gomos, o comprimento total das costuras que os une se tornou maior, o que expande o intervalo de velocidade da bola em que se configura menor resistência do ar", disse Asai.
Asai, que é PhD em engenharia, colaborou com John Eric Goff, um professor de física na Faculdade Lynchburg, dos Estados Unidos, para estudar a aerodinâmica da Brazuca após ter sido lançada, em dezembro.
Os dois concluíram que por causa do comprimento 68 por cento maior das costuras da Brazuca em relação à Jabulani, a nova bola terá maior resistência ao ar, o que lhe permite ter um voo mais fiel às velocidades normalmente vistas na Copa do Mundo.
As costuras são também mais profundas, o que ajuda no atrito.
Asai, no entanto, descobriu que a resistência ao ar em torno na Brazuca, que com 437 gramas pesa um grama a menos do que a Jabulani, diminui quando a bola voa a cerca de 20 metros por segundo, a velocidade média de um passe rápido no futebol profissional.
"Quando a Brazuca voa dentro desse média de velocidade, a resistência do ar cai repentinamente, ajudando a bola a ir mais rápido", disse.
"Por voar mais rápido com chutes mais fracos, penso ser uma bola mais adequada a jogadores asiáticos, que comparativamente tem chutes mais leves do que jogadores ocidentais, com físicos mais potentes."
Editoria de arte/Folhapress | ||
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