Suspeito de mortes em série é preso em GO
Desde janeiro, 15 mulheres foram assassinadas em Goiânia; segundo a polícia, vigilante confessou 39 homicídios
Defesa nega que ele seja o autor das mortes, diz que o vigilante teve medo ao ser interrogado e por isso confessou
Um vigilante de 26 anos foi preso na noite de terça-feira (14), em Goiânia, sob suspeita de assassinar uma série de mulheres na cidade desde janeiro deste ano.
Ao menos 15 vítimas, com idades entre 13 e 29 anos, foram mortas a tiros por um motociclista, com rosto coberto por capacete, que, em geral, nada roubou.
De acordo com a polícia, Tiago Henrique Gomes da Rocha admitiu a autoria de 39 homicídios, incluindo os de oito moradores de rua no ano passado, em outra série de crimes que teve repercussão na capital goiana.
Segundo o advogado do suspeito, Thiago Huascar Santana Vidal, seu cliente nega ter cometido os homicídios e disse que ficou com medo ao ser interrogado por diversos delegados.
"Ele disse que foi falando o que os delegados queriam ouvir. Para mim, só admitiu alguns roubos", afirma. Vidal disse ainda que Rocha trabalha há vários anos na mesma empresa de segurança.
Branco e com cerca de 1,80 m, ele tem características em parte semelhantes ao retrato falado do assassino.
De acordo com a polícia, o único homicídio entre as 15 mulheres que Tiago Henrique Gomes da Rocha não teria admitido a autoria é o de Danielly Garmus da Silva, 27, morta em 16 de junho.
Ele também negou ter baleado Daiane Ferreira de Morais, 18. Ela foi atingida no dia 25 de julho, mas sobreviveu.
Ainda segundo a polícia, o suspeito confessou outras duas mortes: a de Arlete dos Anjos Carvalho, 16, e a de Mauro Ferreira Nunes.
A jovem foi assassinada em janeiro, mas o crime não havia sido incluído na lista de investigados pela força-tarefa da polícia civil. Nunes foi morto em março.
Rocha era investigado havia cerca de um mês. A polícia, que antes havia descartado a possibilidade de ser um "serial killer" para evitar insegurança entre a população, informou nesta quarta (15) que o homem é, sim, um assassino em série.
Delegados definiriam o vigilante como um "psicopata"."Ele disse que sentia raiva e matava, que só saciava a raiva matando. Depois tinha remorso, que se transformava em raiva e matava, como em um ciclo", disse o delegado Murilo Polati Rechinelli, chefe do setor de homicídios.
ELEITORAL
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que disputa a reeleição, atribuiu à "vontade de Deus" o fato de o suspeito ter sido preso a 12 dias do segundo turno.
Perillo aproveitou a prisão para reforçar sua campanha. Na tarde de quarta, promoveu um bate-papo com internautas ao lado do pai de uma das vítimas. O secretário da Segurança Pública e o delegado-geral da Polícia Civil também participaram.
"Certamente foi da vontade de Deus que isso acontecesse agora, porque vivi nessa campanha uma série de acusações levianas, mentirosas, demagógicas", afirmou.