Santa Casa de SP deve 'sangrar' até 2016, diz dirigente
Superintendente do hospital afirma que demissões desta semana não bastam para equilibrar contas; dívidas chegam a R$ 770 milhões
As 1.397 demissões (187 de médicos) feitas nesta terça (13) pela direção da Santa Casa de São Paulo não serão suficientes para reequilibrar as contas da instituição, que acumula dívidas de R$ 770 milhões. O fim do "sangramento" de recursos do hospital, que vive a pior crise de sua história, é previsto para a metade de 2016. A avaliação é do superintendente da instituição, José Carlos Vilela, que assumiu o posto há três meses. Ele afirmou que não há previsão de novas "ondas" de demissões, mas que o hospital passará por uma "grande mudança em sua organização".
"A Santa Casa é viável, mas as contas não vão fechar neste ano. As demissões foram necessárias, mas não suficientes para conter a crise. Só devemos parar de sangrar na metade do ano que vem."
Descontente não só com as demissões, mas com o atraso de salários, o Simesp (sindicato dos médicos de SP) chamou assembleia para sexta (16) visando uma possível greve na Santa Casa. Para o sindicato, os médicos estão "pagando as contas pela crise".
As rescisões, que somam cerca de R$ 60 milhões, serão parceladas. A quitação pode levar de quatro meses a mais de um ano. "Os sindicatos foram ouvidos e tudo foi transparente. Não acredito em greve", afirma o superintendente Vilela.