Estudante deveria ir às ruas contra greve, diz secretário
Em entrevista à Folha, Herman Voorwald fez referência à paralisação de docentes neste ano, que durou 89 dias
Representante da gestão Alckmin (PSDB)afirma ainda que não há definição sobre escolas; 'Tudo é boataria', diz
O secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, afirmou que os estudantes das escolas públicas de São Paulo também deveriam protestar quando professores da rede de ensino fizerem greves extensas.
"É muito interessante o aluno protestar. Quem sabe estejamos criando na educação o protesto para que não falte professor. Para que as greves [de professores] não sejam tão extensas, para que uma greve de 90 dias seja um absurdo numa rede de 4 milhões de estudantes", disse à Folha, por telefone, nesta terça (13).
"Quem sabe esse movimento seja positivo, não tenho nada contra esse movimento."
Neste ano, docentes fizeram paralisação de 89 dias, a mais longa da história da rede –e que terminou sem que a gestão tucana tenha feito proposta de reajuste salarial.
O secretário da gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que a lista de escolas que terão mudanças ainda não está fechada.
Segundo ele, 91 dirigentes de ensino de todas as regiões do Estado estão apresentando propostas à secretaria, que ainda vai analisá-las.
A pasta, afirma, está seguindo um cronograma.
Voorwald diz que, enquanto a secretaria não divulgar quais colégios terão mudanças, o que vai ocorrer após o dia 23, "tudo é boataria".
"Só quero tranquilizar os pais e os alunos: deixem a secretaria se manifestar. Tudo o que vocês ouvirem não tem fundamento. Não deem ouvidos a boatos", afirmou.
O secretário disse que a reorganização dos ciclos visa "uma escola melhor".
"Uma escola de três ciclos, em que criança de sete anos convive com adolescentes [do ensino médio], não é uma boa escola, sob a ótica da educação. As ações pedagógicas têm que ser focadas para cada ciclo", argumenta Voorwald.