Doleiro troca defesa e pode fazer delação
O doleiro Carlos Habib Chater, preso na Operação Lava Jato, trocou de advogados para dar início a um processo de delação premiada.
Chater foi condenado na segunda-feira (20) pelo juiz federal Sergio Moro a cinco anos e seis meses de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro. A Justiça determinou ainda o confisco de bens de Chater no valor de US$ 124 mil.
Agora a expectativa dos investigadores é que Chater dê nomes de deputados federais e mostre como funcionou o esquema de distribuição de recursos na Câmara.
Chater, que tinha Brasília como base de operações e era ligado ao doleiro Alberto Youssef, vinha sendo pressionado por familiares para contar o que sabe e tentar se livrar da prisão. O escolhido para coordenar o processo de delação é o advogado Pedro Henrique Xavier.
Procurado, Xavier só admitiu que foi consultado pela família do doleiro. O antigo defensor de Chater, Ticiano Figueiredo, também não comentou sobre a colaboração premiada, mas confirmou que está se desligando do processo.
"Estou muito incomodado, pois acredito nos habeas corpus que estão em curso no STJ. Se os habeas corpus estão incomodando quem quer que seja, é sinal de que as chances de êxito são reais e nós provaríamos que há diversas nulidades nesse processo."
Tanto no caso do ex-diretor Paulo Roberto Costa quanto no do doleiro Alberto Youssef, um dos pontos pedidos pelo Ministério Público para o acordo de delação premiada foi que abrissem mão dos habeas corpus que tentam invalidar a Lava Jato.