Polêmica
Atleta aponta racismo, mas CBF não fará denúncia
Brasileiro diz ter sido chamado de 'macaco'
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não pretende denunciar à polícia ou à Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) o jogador uruguaio Facundo Castro por racismo.
No empate por 0 a 0 entre Brasil e Uruguai, pela primeira rodada do hexagonal final do Sul-Americano sub-20, na segunda (26) à noite, em Montevidéu, o atacante brasileiro Marcos Guilherme, jogador do Atlético-PR, disse que Facundo passou toda a partida o chamando de macaco.
A CBF informou não ter provas do fato. O único jogador do elenco brasileiro que teria ouvido as ofensas foi o zagueiro Leo Pereira, também do Atlético-PR.
Dirigentes da Associação Uruguaia de Futebol disseram ao jornal local "El Observador" que estranharam a denúncia, já que, segundo eles, macaco significa boneco (a palavra macaco, em espanhol, se pronuncia mono).
"Cinco vezes o cara me chamou de macaco. Teve várias situações dessa no Brasil e hoje [segunda] mais uma vez aconteceu. Ele me chamou de macaco cinco vezes, alguém tem que tomar uma atitude senão isso não vai parar nunca", disse Marcos Guilherme após o jogo.
O técnico da seleção brasileira sub-20, Alexandre Gallo, afirmou na segunda-feira que o time estava bastante triste com o ocorrido e que consultaria o departamento jurídico da CBF para saber como proceder.
Carlos Eugênio Lopes, diretor jurídico da entidade, disse à Folha na tarde desta terça-feira (28) não ter recebido pedido do departamento das categorias de base para avaliar a situação.
O próximo jogo da seleção brasileira será na quinta (29), contra a seleção paraguaia.