Crítica - Cinema/Ação
'Busca Implacável 3' é recomendado para quem desliga o cérebro em cenas de ação
Há uma boa e uma má notícia a respeito de "Busca Implacável 3". A boa é que o filme é bem melhor do que o anterior. A má: isso não quer dizer muito, já que "Busca Implacável 2" é pavoroso.
Essa trilogia vai ficar na história do cinema como o momento em que um ator aparentemente talentoso e premiado resolveu assumir o papel de herói de filmes de ação.
Com o sucesso de seu personagem, o ex-agente Bryan Mills, o irlandês Liam Neeson, 62, dificilmente será lembrado por filmes como "A Lista de Schindler". Já está difícil imaginar sua figura sem uma arma na mão.
O primeiro filme, de 2008, tem suas qualidades, mostrando Mills em ritmo frenético na busca da filha sequestrada. Na sequência, de 2012, parece que um menino de dez anos escreveu o roteiro.
Pelo menos desta vez o roteiro não teme os clichês, mantendo o enredo nos trilhos sem as risíveis reviravoltas do filme anterior.
Dá para resumir o "3" em uma frase: a mulher de Mills é brutalmente assassinada, ele é o principal suspeito e precisa fugir da polícia enquanto caça o verdadeiro culpado.
Neeson é grandalhão o bastante para dar credibilidade às surras que aplica nos bandidos, e as cenas fluem melhor quando seu personagem fica introspectivo e calado --na linha Clint Eastwood em seus faroestes.
Diálogos ruins derrubam a performance de um bom ator, Forest Whitaker. A mulher de Mills é interpretada pela bonitona Famke Janssen, mas quem rouba algumas cenas é Maggie Grace (a loirinha que morre cedo em "Lost"), novamente no papel da filha do ex-agente.
"Busca Implacável 3" é recomendado para quem viu os primeiros e gostou. E também para quem tem prazer ao desligar o cérebro diante de cenas de ação. Porque, depois de uma meia hora inicial de falação, o filme é uma sucessão incontrolável de tiros e pancadaria.