Fundação Osesp tem corte de R$ 10 mi, com 35 demissões
Instituição reduziu quadro na área administrativa, mantendo o corpo artístico; temporada de concertos não deve ser afetada
A Fundação Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo sofreu um corte de cerca de R$ 10 milhões no orçamento para a execução de seu programa neste ano. Inicialmente, a instituição trabalhava com orçamento previsto de R$ 100 milhões.
Com a redução para cerca de R$ 90 milhões, houve um corte de 10% do quadro de funcionários da casa, com 35 demissões na semana passada, conforme revelou na sexta-feira o jornal "O Estado de S. Paulo".
De acordo com nota divulgada pela Fundação Osesp, houve esforço "para adequar o orçamento à realidade econômica", e somente profissionais de setores administrativos foram demitidos. Os cortes, portanto, não atingiram o corpo artístico da orquestra.
A nota informa ainda que os cortes na fundação refletem restrições nos recursos que a orquestra consegue levantar "por meio de patrocínio e de receitas operacionais". Os R$ 10 milhões de redução no orçamento, no entanto, dizem respeito ao repasse previsto da Secretaria de Estado da Cultura.
A temporada de concertos deste ano, porém, será mantida na íntegra, de acordo com a instituição, e os projetos educacionais também foram preservados.
Por outro lado, o Festival de Inverno de Campos do Jordão, pelo qual a fundação também tem responsabilidade, teve um corte orçamentário de 30%, embora a Secretaria de Estado da Cultura informe que neste caso não houve redução no repasse feito pelo governo.
A Osesp afirma que a programação de concertos do festival segue normalmente nesta edição, que acontece em julho, mas que a parte pedagógica será realizada na capital paulista, e não em Campos. A economia, segundo a fundação, será com hospedagem e transporte.
Os cortes na Osesp acompanham reduções promovidas pelo governo paulista, que em fevereiro pediu às Organizações Sociais (OS), empresas privadas sem fins lucrativos que administram as instituições culturais do Estado, que apresentassem planos de cortes, levando a demissões em centros culturais e museus.
A Pinacoteca do Estado, por exemplo, teve seu orçamento reduzido em 15%, e seis das 21 oficinas culturais do Estado foram fechadas.