Foco
Atropelado, brasileiro cria rival para câmera GoPro
No último inverno, o brasileiro Bruno Gregory, 36, foi esquiar nos EUA e percebeu que muitos capacetes traziam plugs para câmera –mas nada de câmera. "Muita gente fez um monte de vídeos, mas não teve tempo de olhar ou editar. Provavelmente até desistiu de usar", diz o engenheiro de software, que mora em Mountain View, no Vale do Silício, Califórnia.
Ciclista amador, Bruno trabalhava desde 2012 numa câmera inteligente e foi, ao poucos, percebendo as mil e uma utilidades do produto. Primeiro, como câmera de segurança, já que detecta movimento. Depois, o pulo do gato, como câmera que autoedita os vídeos, com um algoritmo inédito patenteado por sua empresa, a Graava.
Ele iniciou o projeto após ser atropelado por um carro, enquanto andava de bicicleta, e achar o motorista criminoso graças à sua câmera.
Outros dois brasileiros estão ao lado de Bruno: o empreendedor Marcelo do Rio, cocriador da cervejaria Devassa, e o engenheiro Marcio Saito, há mais de 25 anos no Vale do Silício e diretor de tecnologia da primeira empresa brasileira de sucesso na região, a Cyclades, vendida em 2006 por US$ 90 milhões.
A Graava, com oito funcionários, crê que vá criar um novo segmento, embora esteja pisando no território da GoPro, pioneira das câmeras de ação, com mais de 800 funcionários. Em 2014, a marca entrou na Nasdaq e as vendas passaram de 5 milhões, com lucro de US$ 128 milhões.
A Graava lançou sua pré-venda neste mês, por US$ 249. Bruno não dá detalhes financeiros. Diz que levou um ano e meio para levantar capital, com oito investidores. Antes, quando trabalhava na ideia com amigos, gastou do bolso cerca de US$ 60 mil.