Brasil e Colômbia fecham acordo automotivo e miram livre-comércio
Pacto prevê isenção de alíquotas de importação de veículos entre os países a partir de 2016
Benefício tem validade de oito anos e cota progressiva; presidentes também firmam acordo para investimento
Brasil e Colômbia assinaram nesta sexta-feira (9) um acordo sobre o setor automotivo que pretende acelerar o caminho rumo a um pacto bilateral de livre-comércio.
O documento, que dá seguimento a conversas iniciadas em 2003, foi assinado durante encontro, em Bogotá, entre a presidente Dilma Rousseff e seu colega colombiano, Juan Manuel Santos.
Pelo acordo, entrará em vigor no ano que vem uma isenção total de alíquotas de importação de veículos entre os dois países.
No primeiro ano, a cota de unidades isentas de tarifas de importação é de 12 mil veículos. Em 2017, essa parcela aumenta para 20 mil unidades e, a partir de 2018, para 50 mil. O acordo terá validade de oito anos.
A medida vale para carros de passeio, vans e veículos de cargas de até 3,5 toneladas. O caso de caminhões mais pesados deverá entrar em discussão a partir de janeiro de 2016.
O protocolo sobre veículos é parte do Acordo de Complementação Econômica 59, que já isenta de cobrança de alíquotas a maior parte dos produtos que os países importam um do outro desde 2005.
O intercâmbio comercial cresceu 165% entre 2005 e 2014, passando de US$ 1,5 bilhão para US$ 4,1 bilhões.
Os dois países julgam que o volume está muito abaixo do potencial, já que a Colômbia é a terceira maior economia da América do Sul, mas apenas o sétimo parceiro comercial do Brasil na região.
INVESTIDORES
Dilma e Santos também assinaram um Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos, que visa reforçar a proteção a investidores.
"É o início de um processo que será vantajoso para povos e economias", disse Dilma à imprensa.
"É algo que vai gerar mais emprego e mais renda, principalmente num momento em que o quadro [... ]é de dificuldade, porque vivemos o fim do chamado superciclo das commodities", afirmou a presidente brasileira.
A presidente se referia à retração do preço dos produtos agrícolas e matérias-primas que sustentaram parte do crescimento econômico de muitos países emergentes, entre eles o Brasil, nos últimos anos.
Santos qualificou de "enorme" o potencial da relação comercial bilateral.
"Estamos trabalhando juntos e podemos trabalhar ainda mais", afirmou Santos.