Presidente mexicano recebe parentes de alunos desaparecidos
Enrique Peña Nieto deu detalhes da investigação do sumiço durante emboscada em setembro
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, recebeu pela primeira vez nesta quarta-feira (29) os pais dos 43 estudantes que desapareceram em uma emboscada em Iguala (a 192 km da Cidade do México), em 26 de setembro.
Segundo a Procuradoria-Geral, eles foram atacados por policiais de Iguala e traficantes na saída da cidade. Na ação, cinco pessoas morreram e 26 ficaram feridas.
Os promotores acusam o prefeito da cidade, José Luis Abarca, de ter se unido ao cartel do tráfico Guerreros Unidos para fazer a emboscada. Ele está foragido há um mês.
Cerca de cem parentes dos desaparecidos se reuniram por quatro horas com Peña Nieto. O governo informou sobre as ações tomadas na busca pelos desaparecidos.
O representante dos parentes das vítimas, Vidulfo Rosales, disse que os pais pediram prioridade à busca das vítimas vivas, em vez de se concentrar em restos mortais.
Os familiares também reivindicaram que apenas os argentinos que participam das investigações inspecionem os corpos porque não confiam nas autoridades mexicanas.
Além de indenização, os pais exigem o fim da criminalização da escola normal de Ayotzinapa, onde os alunos estudavam, que já foi chamada pelas autoridades de "celeiro de guerrilheiros".
Os pais dos alunos anunciaram que dariam sua posição sobre a conversa com o presidente após a reunião, o que não aconteceu até a conclusão desta edição.
A escola tem tradição de formar líderes de movimentos sociais, que frequentemente protestam contra as autoridades e os cartéis. Isso pode ter sido um dos fatores para o ataque ao grupo.
Nesta quarta, policiais continuaram as buscas em Cocula, onde acharam ossadas que podem ser dos alunos.
O dia também foi marcado por protestos em Chilpancingo, onde um prédio foi queimado, e na Cidade do México.