Itamaraty deve barrar 'professor de paquera'
Julien Blanc foi chamado de 'coercitivo' em petição on-line com 307 mil assinaturas
Alvo de campanha on-line, Julien Blanc, que se descreve como professor de paquera, não deve conseguir visto para fazer palestras no Brasil, segundo o Ministério das Relações Exteriores.
Nascido em Genebra (Suíça), ele precisaria do documento para exercer atividade remunerada no país.
O instrutor, que viaja o mundo para dar polêmicos seminários sobre como abordar mulheres, já foi deportado da Austrália devido às suas práticas coercitivas.
"Já existem elementos suficientes que recomendam a denegação [negação do visto]", informou o ministério.
Uma petição no site Avaaz tem mais de 307 mil assinaturas contra a vinda de Blanc.
O tutor já esteve no Brasil em 2012 e pretendia dar palestras em Florianópolis e no Rio entre 24 e 31 de janeiro.
Nas aulas, Blanc apresenta ensinamentos agressivos: em Tóquio, deve-se, segundo ele, abordar mulheres japonesas na rua e puxar suas cabeças para a virilha masculina. No YouTube, é possível assistir à fala e, depois, vê-lo demonstrar a estratégia.
"Se você for um homem branco [no Japão], pode fazer o que quiser", defende. O vídeo original, divulgado publicamente pelo professor de paquera e por sua empresa, foi tornado privado.
Em circular enviada aos consulados, o Itamaraty disse que Brasília deve ser consultada sobre o visto.
Na Austrália, a expulsão de Blanc, no último dia 6, foi defendida publicamente pelo ministro de Imigração e Proteção das Fronteiras, Scott Morrison. (PAULA REVERBEL)